Leitura Partilhada
O vento e a chuva
Quando nasci, e bem pequenininho,
Com, enfim, o vento e a chuva:
Qualquer coisa boba era brinquedinho,
Porque a chuva chovia todo dia.
Mas quando vim a ficar bem crescido,
Com, enfim, o vento e a chuva:
Trancavam portão ao vil e ao bandido,
Porque a chuva chovia todo dia.
Mas quando vim, ai de mim!, a casar,
Com, enfim, o vento e a chuva:
Com orgulho nunca pude prosperar,
Porque a chuva chovia todo dia.
Mas quando vim em camas me deitar,
Com, enfim, o vento e a chuva,
Com os porres a cabeça era um girar...
Porque a chuva chovia todo dia.
Há muito tempo o mundo começou,
Com, enfim, o vento e a chuva,
Mas isso é tudo, a peça terminou,
E é nosso empenho agradar todo dia.
William Shakespeare
Despeço-me de Shakespeare como quem foi comprar pão e volta antes que ferva a água do café.
Gabriel
Como as bruxas de Macbeth
ANTONIO
And yet me thinks I see it in thy face,
What thou shouldst be: the occasion speaks thee, and
My strong imagination sees a crown
Dropping upon thy head.(Act 2, Scene 1)
Por falar em bruxas, é caso para dizer que a cidade do Porto (e não só) está infestada desses bichos feios, gordos e peludos, ainda que absolutamente inofensivos (nem para a roupa são maus). Grande susto para quem passa junto de arbustos e um verdadeiro frenesim para as minhas gatas. De onde surgiram esses
noctuídeos migrantes a que o povo chama bruxas (ou, mais carinhosamente, bruxinhas) e cujo nome científico será
Autographa gamma? O
Dias com Árvores explica tudo.
azuki
(Paul Falconer Poole, "A Scene from the Tempest", 1856)
azuki
«
Graças te sejam dadas, nobre Shakespeare, que podes dizer todas as coisas, absolutamente todas, como elas são!»
Soren Kierkegaard,
Temor e Tremor
As fronteiras do conhecimento

A nossa relação com o conhecimento não tem sido linear, nem nunca o será. Há inúmeras representações de como a busca do conhecimento se equivale a um exercício de arrogância que merece punição: Pandora, Prometeu, Ícaro,.. Até ao final do sec XVIII/início do sec XIX (altura em que a busca do conhecimento passa a ser verdadeiramente encorajada), a curiosidade era castigada, muito embora se aceitasse como bom o percurso do conhecimento, desde que através da revelação (e não da experimentação), numa tentativa de aproximação a Deus (e nunca para o enaltecimento próprio). A maioria dos livros de ficção que abordou a questão das fronteiras do conhecimento diz-nos que, se formos demasiado arrogantes, invariavelmente, faremos asneiras. Três livros em três séculos diferentes, que ilustram o pensamento vigente nas suas épocas, o de que “conhecimento sim, mas com sensatez e humildade”: “O Paraíso Perdido” (1667), de John Milton, diz-nos que perdemos o paraíso por querermos saber demais; “O Monge” (1796), de Mathew Lewis, fala do castigo que decorre da querermos utilizar a ciência para dominarmos a natureza; “Frankenstein” (1817), de Mary Shelley, avisa que o homem que quer ter a prerrogativa divina de criar vida, será castigado pelo produto do seu conhecimento. Perseguir o conhecimento é, no limite, encontrar formas de impedir que a natureza siga o seu curso normal. Hoje, continuamos a viver o dilema das fronteiras (por exemplo, a clonagem genética para fins reprodutivos); amanhã, outro dilema chegará.
Estou grata ao Prof. Alexandre Quintanilha, homem de uma imensa curiosidade, por me ajudar a ver com mais clareza.
azuki
I, beyond all limit of what else i' the world, do love, prize, honour you
Que súbito ataque de afeição, este de Miranda e de Fernando! Uma vez que a peça obedece às regras dramáticas aristotélicas da unidade de tempo, lugar e acção, eles só podem ter estado juntos por algumas horas. E, se em Miranda, que apenas tinha visto dois homens na vida, o arrebatamento é verosímil, o mesmo já não se poderá dizer de Fernando. Que até diz
'tis fresh morning with me, when you are by at night, sendo certo que, apenas de dia tinha Miranda estado por perto. Como é bela a ilusão do amor.
azuki
(Robert Huskisson, "Come unto These Yellow Sands")

O conhecimento, a leitura, o estudo, o ensino; o domínio humano sobre os indivíduos e sobre a natureza, através da aplicação desse mesmo conhecimento. Sem os seus livros, que ele preza acima de qualquer riqueza material, Próspero “não seria mais do que um imbecil” (bem visto por Caliban e ainda melhor percebido pelo mágico, ainda que com um certo exagero). Ele sabe que o conhecimento é o cerne dessa relação de forças em que consiste o poder. Mas, se a sua relação com o poder é evidente, porquê associar Próspero à detenção do saber? Apesar de trabalharem com base num conjunto de premissas mirabolantes, poder-se-á ver os mágicos como precursores da experimentação e encontrar neles convicções que permaneceram, à medida que a ciência foi evoluindo: a de que os segredos do universo são acessíveis à mente humana e a de que o conhecimento e a sua aplicação podem produzir melhorias na essência e na estrutura da sociedade.
*
Imerso nos seus “estudos secretos”, Próspero “negligenciou as coisas terrenas” e não prestou atenção às urdiduras que o seu irmão, distribuindo favores, contra ele tecia. Assim, perdeu ele o reino de Milão. O que quererá dizer esta aparente incompatibilidade entre o estudo e a condução de um governo? Porquê o posterior relativo êxito da governação numa espécie de ambiente controlado, como aquela ilha? E, no fim, quando se respira um ambiente de liberdade (para Ariel, Caliban e todos os outros), porque é que Próspero decide separar-se da magia (=dos livros)?
azuki
(Richard Dadd, "Come Unto These Yellow Sands", 1842)
Mas que dias incrivelmente bons temos tido (é grande a minha pena de não poder apanhar sol)! Uma dúvida me assalta: em plena Feira do Livro, não era suposto estar a chover?
azuki
Uma arma de destruição tenebrosa
CALIBAN
That's a brave god and bears celestial liquor.
I will kneel to him.(Act 2, Scene 2)
Há temas em Shakespeare que são recorrentes, o álcool é um deles. Falando de poder, de sabedoria e de opressão, falando do domínio do Homem sobre o Homem, aqui está uma grande táctica: com a inteligência toldada sob o efeito do álcool, Caliban tornou-se tão vulnerável como um gatinho. Alterando a consciência e provocando adição, o álcool é dois em um: torpor e escravidão. Demora o seu tempo, mas é um processo eficaz, caso se deseje anular uma tribo: os índios tornam-se improdutivos, conflituosos e mais expostos às doenças
(quem diz álcool, diz outro tipo de droga, desde que seja suficientemente agradável para viciar e que actue sobre a personalidade). Maldita substância nas mãos dos incautos. De novo, Shakespeare assombrosamente moderno. A história está cheia destes miseráveis exemplos.
*
Felicidade química, no “Admirável Mundo Novo”: se estás mal, tomas um soma, se estás pior, tomas dois somas, se estás mesmo ruim, tomas três somas. Mau, muito mau. Não é preciso pensar no terror que consiste em sermos transformados numa mera peça, num mundo em que todos seríamos iguais. Basta encarar a impossibilidade de apreciar um momento de êxtase, sem a experiência das lágrimas, da contrariedade, do desconforto. Sem a experiência do sentimento de conquista, também. Acabamos por deixar de sentir, porque acabamos por perder esse conhecimento. Em menor medida, também no nosso mundo há somas acessíveis: Valium, Zoloft, Lorenin, Prozac, Lexotan… Mas, porque não dar um empurrãozinho à bioquímica cerebral? Não tenho nada contra o consumo moderado de químicos, se isso permitir aumentar o nosso bem-estar. Como em quase tudo na vida, a grande questão chama-se fronteira.
azuki
Miranda
(George Romney, "Emma Hart as Miranda", 1785-86)

azuki
ARIEL
Stasis in darkness.
Then the substanceless blue
Pour of tor and distances.
God's lioness,
How one we grow,
Pivot of heels and knees! ---The furrow
Splits and passes, sister to
The brown arc
Of the neck I cannot catch,
Nigger-eye
Berries cast dark
Hooks ---
Black sweet blood mouthfuls,
Shadows.
Something else
Hauls me through air ---
Thighs, hair;
Flakes from my heels.
White
Godiva, I unpeel ---
Dead hands, dead stringencies.
And now I
Foam to wheat, a glitter of seas.
The child's cry
Melts in the wall.
And I
Am the arrow,
The dew that flies,
Suicidal, at one with the drive
Into the red
Eye, the cauldron of morning.
Sylvia Plath
.
Joana
O obscuro negócio dos livros
(Rui Ochôa)

Vale a pena ler António Guerreiro, no
Expresso de hoje:
A Feira do Livro pode parecer sempre igual, mas não é de inércia que sofre o panorama editorial. Em pouco mais de um ano nasceram algumas dezenas de editoras e o número de títulos editados anualmente não pára de aumentar. Já vai em 16 mil, dizem os últimos dados estatísticos tornados públicos. É um número astronómico, desproporcionado em relação à dimensão do mercado e que transforma as livrarias e o que está aquém delas - todo o circuito da distribuição - num território de disputas cada vez mais violentas. Na luta pelo espaço, na conquista de um lugar nas livrarias, são cada vez mais os livros que sucumbem e ficam destinados a uma existência precária e marginal. (…)
Ondas avassaladoras de lixo editorial enchem os escaparates, à medida dos tropismos do consumo. (…) O problema não é que estes livros existam, por maior que seja a sua quantidade; o problema é que eles impedem os outros de existir, comprimem o espaço que assegurava a diversidade. Daí, esta lei paradoxal do estado de obesidade editorial: ao aumento de novos títulos corresponde uma menor diversidade de géneros bibliográficos. Outra regra do sistema: aumenta o número de vendas (o número de exemplares vendidos), mas ele tende a concentrar-se nos mesmos títulos. O que significa que à medida que o fenómeno do «best seller» se torna frequente e poderoso, cresce também o número de títulos cujo índice diminuto de vendas torna a sua edição comercialmente desastrosa. As estatísticas dizem que o número de leitores tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. O que as estatísticas não dizem - mas não é difícil perceber - é o que as pessoas lêem.
Observando o movimento editorial, é para consumidores muito permeáveis ao «marketing» e à divulgação, e não para leitores críticos e exigentes, que se edita cada vez mais. (...)
azuki
Foi há um ano

azuki
Colóquios e Encontros com Escritores, na Feira do Livro do Porto

Não sei onde estão os
duzentos de que fala Eduardo Pitta, mas haverá bons momentos, com pessoas interessantes. É no Café Literário:
(...)
SÁBADO, 27 de Maio (21h30)
POESIA TODA
José Emílio-Nelson / Isabel de Sá / Luís Adriano Carlos / Maria João Reynaud
DOMINGO, 28 (18h00)
AH, COMO SERÍAMOS TODOS MAIS FELIZES SE LÊSSEMOS OS CLÁSSICOS!
Frederico Lourenço / Carlos Ascenso André / Daniel Jonas / Manuel Gomes da Torre
SEGUNDA-FEIRA, 29 (21h30)
PORTOGAIA. A PONTE É UMA PASSAGEM?
Álvaro Domingues / Germano Silva / Manuel Jorge Marmelo / Mário Dorminski
Moderação: Luís Costa
TERÇA-FEIRA, 30 (21h30)
PORTUGAL ANGOLA. ESTE MAR QUE NOS UNE
Ana Paula Tavares / Francisco José Viegas / José Eduardo Agualusa / Manuel Jorge Marmelo
QUINTA-FEIRA, 1 de Junho (21h30)
FICÇÃO. NOVOS AUTORES NOVOS
Jorge Reis-Sá / Lourença Baldaque / Rui Vieira
SEXTA-FEIRA, 2 (18h30)
DIÁLOGO DE GERAÇÕES
Agustina Bessa-Luís / Inês Pedrosa
SÁBADO, 3 (17h30)
DIÁLOGO DE GERAÇÕES
Nuno Júdice / Fernando Pinto do Amaral
DOMINGO, 4 (17h30)
DIÁLOGO DE GERAÇÕES
José Saramago / Gonçalo M. Tavares
Moderação: Luísa Mellid-Franco
SEGUNDA-FEIRA, 5 (21h30)
QUANTO MAIS SURREAL MAIS VERDADEIRO
A. Pedro Ribeiro / Daniel Maia Pinto / João Gesta / João Habitualmente
Moderação: Adolfo Luxúria Canibal
Leitura de textos pelo actor Isaque Ferreira
QUARTA-FEIRA, 7 (21h30)
IMAGEM. PALAVRA. IMAGEM. Conversa à volta do cinema
Beatriz Pacheco Pereira / Mário Augusto
Moderação: António Reis
QUINTA-FEIRA, 8 (21h30)
DIÁLOGO DE GERAÇÕES
Fernando Dacosta / José Luís Peixoto
SEXTA-FEIRA, 9 (21h30)
CHE COS`É LA POESIA?
António Osório / João Luís Barreto Guimarães / Manuel António Pina / Pedro Mexia
Moderação: Luís Miguel Queirós
SÁBADO, 10 (18h30)
EM DESTAQUE: MÁRIO CLÁUDIO
Carlos Ascenso André / Maria João Reynaud / Miguel Veiga / valter hugo mãe
Leitura de textos pelo actor António Durães
Fome e Fartura na minha cidade: lamento que coincida com o FITEI.
azuki
Feliz maravilhosa sexta-feira de verão para todos

azuki
Livros à volta da minha vida


Fiz a minha primeira incursão à Feira do Livro, convicta de que apenas olharia. O acto de comprar é-me custoso, porque a acumulação de coisas me sufoca e, se os livros são uma excepção, só o faço se souber que os lerei. Contudo, o impulso torna-se quase irresistível quando eles, os livros, andam à volta da minha vida:
Camilo Broca, porque é a última obra de quem, nas últimas semanas, nos falou em Serralves sobre literatura de viagens;
Godot, porque irei vê-lo no sábado, mais uma vez; Borges, pelo mês de Outubro no Leitura Partilhada;
O Médico e o Monstro e a releitura de
1984, porque Alexandre Quintanilha nos anda a ensinar a reflectir sobre "o conhecimento e o risco"; contos zen, por serem como o meu mais recente amigo; Calvino, como se eu já não estivesse mais que convencida;
Todos os Dias, pela simpatia do Jorge e Boris Vian, porque sim.

azuki
AS LUAS DE URANO
O planeta Urano tem 27 luas- 21 tem nomes de personagens de obras de Shakespeare e Alexander Pope. As luas shakespereanas sao:
Cordelia,
Ophelia,
Bianca,
Cressida,
Desdemona,
Juliet,
Portia,
Rosalind,
Puck,
Miranda,
Ariel,
Titania,
Oberon,
Caliban,
Stephano, Sycorax, Prospero e Setebos.
.
Miranda
Joana
Ariel (iii)
(F. Miller, "Ariel", 1850)

Não sei bem o que dizer de Ariel. Acho-o giro, pronto.
azuki
Caliban
(John Mortimer, "Caliban")
CALIBAN
This island's mine, by Sycorax my mother,
Which thou takest from me. When thou camest first,
Thou strokedst me and madest much of me, wouldst give me
Water with berries in't, and teach me how
To name the bigger light, and how the less,
That burn by day and night: and then I loved thee
And show'd thee all the qualities o' the isle,
The fresh springs, brine-pits, barren place and fertile:
Cursed be I that did so! (Act 1, Scene 2)
Caso não nos decidamos a viajar até ao tempo em que foi escrita, “A Tempestade” bem poderia ser uma peça sobre a opressão europeia na América, em África, na Índia,… Contudo, terá sido precisamente por volta do fim do sec. XVI/início do sec. XVII, que se começou a esboçar aquilo que seria o império britânico, pelo que as teses que defendem uma interpretação colonialista d’”A Tempestade”, nascidas já no século XX, estão longe de ser consensuais
(se, na altura, fosse tão desenvolvida a difusão de informação, em tempo quase real, a história já poderia ser outra). Mas a verdade é que, mesmo que disso não tivesse absoluta consciência, Shakespeare conseguiu ser, mais uma vez, assombrosamente moderno. Caliban simboliza o poder humano sobre a água e a terra
(tal como Ariel simboliza o domínio do Homem sobre os elementos “nobres”, o ar e o fogo) e parece-se mesmo com um ícone do selvagem crédulo, oprimido e privado dos seus domínios, domesticado até certo ponto por Próspero, que lhe “ensina as palavras que traduziam os seus pensamentos”. Caliban é diferente, na tez, na compleição, nos comportamentos, ele é o “outro”, uma espécie de peixe. Afinal, será Caliban meio homem/meio animal, ou será ele totalmente homem, mas visto como meio animal, através dos olhos do homem branco?
azuki
Frágil
Que
“A Tempestade” versa sobre o poder parece claro, como aliás já expôs azuki num
post anterior. Mas não deixa de ser peculiar que o maestro que é Próspero termine em dúvida, sujeitando-se a perguntar-nos que rumo devem tomar as suas acções. Já sabíamos que o poder tem pés de barro, será que o saber também?
nastenka-d
Chegou

azuki
O que é importante, é importante
FERDINAND
(…) my prime request,
Which I do last pronounce, is, O you wonder!
If you be maid or no?
MIRANDA
No wonder, sir;
But certainly a maid.
(…)
FERDINAND
O, if a virgin,
And your affection not gone forth, I'll make you
The queen of Naples.(Act 1, Scene 2)
azuki
"
Cada um se preocupe com os outros e ninguém cuide de si mesmo, porque tudo depende do Destino" - Estefânio
Gabriel
Copy-Paste
MIRANDA There's nothing ill can dwell in such a temple.
(The Tempest, I-2)
JULIETO that deceit should dwell
In such a gorgeous palace!
(Romeo and Juliet, III-2)
Pronto, pronto, nem sempre se consegue ser completameeeeente original.
azuki
Ariel (ii)
(Henry J. Townsend, "Ariel")

azuki
Lições de política
PROSPERO
Being once perfected how to grant suits,
How to deny them, who to advance and who
To trash for over-topping, new created
The creatures that were mine, I say, or changed 'em,
Or else new form'd 'em; having both the key
Of officer and office, set all hearts i' the state
To what tune pleased his ear.(Act 1, Scene 2)
azuki
"
Não sobrecarreguei vossas recordações com o peso de uma tristeza que já passou"
Gabriel
Livros que agora me apetece ler (iii)
GONZALO
Methinks our garments are now as fresh as when we
put them on first in Afric, at the marriage of
the king's fair daughter Claribel to the King of Tunis.
SEBASTIAN
'Twas a sweet marriage, and we prosper well in our return.
ADRIAN
Tunis was never graced before with such a paragon to
their queen.
GONZALO
Not since widow Dido's time.
ANTONIO
Widow! a pox o' that! How came that widow in?
widow Dido!
SEBASTIAN
What if he had said 'widower AEneas' too? Good Lord,
how you take it!
ADRIAN
'Widow Dido' said you? you make me study of that:
she was of Carthage, not of Tunis.
GONZALO
This Tunis, sir, was Carthage.
ADRIAN
Carthage?
GONZALO
I assure you, Carthage.(Act 2, Scene 1)
Esta será uma das minhas sugestões futuras no LP, na sequência da leitura da Ilíada, agendada para Julho. Aproveitando a primeira tradução contemporânea, vertida directamente do latim para o português, desta obra referencial, feita por uma equipa coordenada pelo Professor Luís Cerqueira e com a chancela da Bertrand. Agora, não percebo uma coisa: porquê os 9.000 versos em prosa?
azuki
"
Somos feitos do mesmo material que os sonhos e a nossa curta vida acaba com um sono"
Gabriel
Guimarães, hoje
PROSPERO
(…) so, of his gentleness,
Knowing I loved my books, he furnish'd me
From mine own library with volumes that
I prize above my dukedom.(Act 1, Scene 2)
"Não deixe os livros arrefecer, o café pode esperar". O café Óscar, um sítio onde se sabe. Não reparei se havia Shakespeare.
azuki
"
Os mais fortes juramentos são como palha para a fogueira do sangue"
Gabriel
Remember first to possess his books; for without them he's but a sot, as I am

Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder Saber é poder
azuki
"
só há um remédio: coração contrito e vida límpida"
Gabriel
Tempestade
(James Henry Nixon, "The Tempest")

No início da peça, confrontamo-nos com um interessante paradoxo: se, por um lado, é enfatizada a infinita fragilidade humana perante a tempestade (
What cares these roarers for the name of king?), por outro lado, esta é manipulada por um homem a seu bel-prazer (
If by your art, my dearest father, you have / Put the wild waters in this roar, allay them). Entregando-se à busca do conhecimento, Próspero aumenta a capacidade de interferir no livre curso da natureza, reforçando o seu domínio sobre ela. Contudo, é sempre conveniente que conservemos uma certa humildade perante a força dos elementos, uma vez que a natureza pode não ter especiais desígnios (desde que apareceu a vida, já se extinguiram 99,99% das espécies…) mas, bem vistas as coisas, ela vai seguindo o seu caminho, sem se impressionar muito connosco.
azuki
Ariel
(Henry Fuseli, "Ariel", c. 1800-10)
azuki
"Os viajantes nunca mentiram, embora os tolos fiquem em casa para condená-los"
Gabriel
Próspero
(George Romney, "The Tempest", c.1790)

Ao contrário do que seria de supor, não consegui ver Próspero como uma personagem afável. Pareceu-me até bastante perverso, este actor principal de uma peça que, entre outras, aborda a questão do poder e da sua legitimidade. Próspero foi espoliado do seu poder pelo irmão enquanto, distraído das coisas terrenas, se dedicava ao estudo. Acontece que é através do conhecimento adquirido nessas mesmas leituras que Próspero se torna senhor da ilha, subjugando Caliban e todos os seres que a habitam. Por outro lado, pretendendo dar uma lição aos usurpadores, usa os seus dons para manipular os elementos e cria uma tempestade (interessante contradição: lutando contra ela, os homens percebem que o seu poder de nada vale, embora a tempestade seja precisamente dominada por um homem). Mais: suspeitando de uma traição, trata Fernando com desdém e obriga-o a realizar trabalhos menores (a partir do momento em que Fernando aceita, de bom grado, executá-los, está a legitimar a autoridade que Próspero tem sobre si). Como “cereja em cima do bolo”, o mágico usa a própria filha como moeda de troca, garantindo, através de um casamento entre duas famílias inimigas, o seu regresso ao poder. Convenhamos que, para alguém que se queixa de ter sido injustiçado, não está nada mal.
azuki
Filmes que agora me apetece ver

Uma óptima sugestão da nastenka-d.
azuki
"A miséria dá ao homem estranhos companheiros de cama"
Gabriel
Livros que agora me apetece (re)ler (ii)
GONZALO I' the commonwealth I would by contraries
Execute all things; for no kind of traffic
Would I admit; no name of magistrate;
Letters should not be known; riches, poverty,
And use of service, none; contract, succession,
Bourn, bound of land, tilth, vineyard, none;
No use of metal, corn, or wine, or oil;
No occupation; all men idle, all;
And women too, but innocent and pure;
No sovereignty;--(Act 2, Scene 1)
Na ilha da Utopia, a função dos sifograntes é "velar para que ninguém se entregue à ociosidade, e para que toda a gente exerça a sua profissão diligentemente". O mundo ideal de Gonçalo não é uma utopia, é apenas uma bacoquice. Uma comunidade de ociosos sem soberania, onde ele seria rei, claro.
azuki
Livros que agora me apetece (re)ler
MIRANDA O, wonder!
How many goodly creatures are there here!
How beauteous mankind is! O brave new world,
That has such people in't!(Act 5, Scene 1)
azuki
"sofrimento (esse câncer da beleza)"
Gabriel
(J. Franklin, "The Death of Cordelia", 1850)
KING LEARHowl, howl, howl! O, you are men of stones.
Had I your tongues and eyes, I'ld use them so
That heaven's vault should crack. She's gone for ever.
I know when one is dead, and when one lives.
She's dead as earth. Lend me a looking glass.
If that her breath will mist or stain the stone,
Why then she lives.(Act 5. Scene III)
azuki
Cresço, com Shakespeare
(Edwin Austin Abbey, "King Lear", 1898)
Diz Harold Bloom que
Shakespeare acrescenta à função da escrita imaginativa (…) aquela que é hoje a lição dominante (…) da poesia: como se deve falar com nós mesmos. Página após página, damo-nos conta da vulnerabilidade e da grandeza da condição humana, através do choque entre personagens densas e singulares mas, sobretudo, através do seu próprio conflito interior, feito de elevação e de miséria moral, de fraqueza, de perplexidade, de remorso, de coragem, de nobreza, de dignidade. Mestre na “psicologia da mutabilidade” (H. Bloom), porque as suas personagens se vão alterando à medida que se ouvem, Shakespeare consegue confrontar o leitor com representações de si mesmo, pois podemos definir a nossa personalidade pela forma como as personagens de Shakespeare nos deixam confusos, indignados ou apaziguados, e vamo-nos conhecendo à medida que concordamos com os seus comportamentos ou que os lamentamos. Em “O Rei Lear”, temos um crescendo para a tragédia, ainda que, deste lado, queiramos acreditar que os bons vencerão. Mas não. Como na vida, os bons perdem, os bons morrem, também desaparecem alguns dos maus. No fim, encontramo-nos destroçados, desenganados, mas, quiçá, um pouco mais iluminados.
azuki
"
Irritais a ferida, quando deveríeis colocar-lhe um emplastro"
Gabriel
Edmundo:
Eu estava noivo de ambas e nós três estamos casados no mesmo instante.(Ato V, Cena III)
Foi uma fala incrível naquela altura do campeonato.
Gabriel
Se um rei privilegia a lisonja, como é que se defende da traição?
(Ford Madox Brown, "Cordelia's Portion", 1866)
Fui recuperar, do meu moleskine primitivo (apenas uma sebenta, igual às que usava no secundário), o que escrevi há cerca de duas semanas, enquanto ainda me dedicava a descascar a primeira película d’"O Rei Lear", e o que me saiu foi mais ou menos isto:
De uma maneira geral, as pessoas gostam de ser enganadas, desde que isso vá de encontro ao seu desejo. É bom ouvir mentiras agradáveis e há momentos em que a franqueza consegue ser realmente insuportável (com certas verdades, convém preparar terreno e saber escolher o momento apropriado). Contudo, para levar a cabo esta coisa de ser rei, ajuda bastante ser sensato e conhecer a natureza humana. A partir do momento em que Lear rejeita a filha que lhe responde com honestidade, deduz-se que não tinha por hábito querer conhecer as pessoas, mas sim que lhe fizessem vénias. Pela sua posição de poder perante os outros, um rei está privado de estabelecer normal convívio com os demais, movendo-se num ambiente algo distanciado e distorcido e talvez Lear se encontrasse tão moldado pela falta de autenticidade da corte que não tivesse discernimento para avaliar o carácter do seu semelhante. Mas, se um rei privilegia a lisonja, como é que se defende da traição?
azuki
Edgar:...
estar preparados, eis tudo.
(Ato V, Cena II)
Fala semelhante à de Hamlet no Ato V, ao decidir duelar com Laertes:
Tudo é estar prevenido.
Gabriel
livres artistas deles mesmos

Acho que Edmund é o maior dos vilões de Shakespeare. Edmund não pestaneja, é verdadeiramente glacial, a ponto de ficarmos a pensar que, mais do que pessoa imoral, se trata de um ser amoral. Aquele súbito arrependimento no final não me convenceu, ainda que, n’O Cânone Ocidental, eu tenha encontrado uma explicação plausível e interessante: Harold Bloom diz que se pode operar em Edmund esta metamorfose extraordinária porque, a par de Iago e Hamlet, eles “contemplam-se a si mesmos objectivamente em imagens forjadas pelas suas próprias inteligências, e são capazes de se verem a si mesmos como personagens dramáticas, como artífices estéticos. Eles tornam-se, assim, livres artistas deles mesmos, o que quer dizer que eles são livres de se escreverem a si mesmos, de decidir mudanças no Eu.” Mas que grande mudança, a deste artista.
azuki
(este blogue está temporariamente inactivo)
(este blogue está temporariamente inactivo)
"ULISSES", de James Joyce (17 de Julho de 2003 a 7 de Fevereiro de 2004)
"OS PAPEIS DE K.", de Manuel António Pina (1 a 3 de Outubro de 2003)
"AS ONDAS", de Virginia Woolf (13 a 20 de Outubro de 2003)
"AS HORAS", de Michael Cunningham (27 a 30 de Outubro de 2003)
"A CIDADE E AS SERRAS", de Eça de Queirós (30 de Outubro a 2 de Novembro de 2003)
"OBRA POÉTICA", de Ferreira Gullar (10 a 12 de Novembro de 2003)
"A VOLTA NO PARAFUSO", de Henry James (13 a 16 de Novembro de 2003)
"DESGRAÇA", de J. M. Coetzee (24 a 27 de Novembro de 2003)
"PEQUENO TRATADO SOBRE AS ILUSÕES", de Paulinho Assunção (22 a 28 de Dezembro de 2003)
"O SOM E A FÚRIA", de William Faulkner (8 a 29 de Fevereiro de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. I - Do lado de Swann)", de Marcel Proust (1 a 31 de Março de 2004)
"O COMPLEXO DE PORTNOY", de Philip Roth (1 a 15 de Abril de 2004)
"O TEATRO DE SABBATH", de Philip Roth (16 a 22 de Abril de 2004)
"A MANCHA HUMANA", de Philip Roth (23 de Abril a 1 de Maio de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. II - À Sombra das Raparigas em Flor)", de Marcel Proust (1 a 31 de Maio de 2004)
"A MULHER DE TRINTA ANOS", de Honoré de Balzac (1 a 15 de Junho de 2004)
"A QUEDA DUM ANJO", de Camilo Castelo Branco (19 a 30 de Junho de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. III - O Lado de Guermantes)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2004)
"O LEITOR", de Bernhard Schlink (1 a 31 de Agosto de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. IV - Sodoma e Gomorra)", de Marcel Proust (1 a 30 de Setembro de 2004)
"UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES" e outros, de Clarice Lispector (1 a 31 de Outubro de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. V - A Prisioneira)", de Marcel Proust (1 a 30 de Novembro de 2004)
"ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", de José Saramago (1 a 21 de Dezembro de 2004)
"ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ", de José Saramago (21 a 31 de Dezembro de 2004)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VI - A Fugitiva)", de Marcel Proust (1 a 31 de Janeiro de 2005)
"A CRIAÇÃO DO MUNDO", de Miguel Torga (1 de Fevereiro a 31 de Março de 2005)
"A GRANDE ARTE", de Rubem Fonseca (1 a 30 de Abril de 2005)
"D. QUIXOTE DE LA MANCHA", de Miguel de Cervantes (de 1 de Maio a 30 de Junho de 2005)
"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VII - O Tempo Reencontrado)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2005)
...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2005)
UMA SELECÇÃO DE CONTOS LP (1 a 3O de Setembro de 2005)
"À ESPERA NO CENTEIO", de JD Salinger (1 a 31 de Outubro de 2005)(link)
"NOVE CONTOS", de JD Salinger (21 a 29 de Outubro de 2005)(link)
Van Gogh, o suicidado da sociedade; Heliogabalo ou o Anarquista Coroado; Tarahumaras; O Teatro e o seu Duplo, de Antonin Artaud (1 a 30 de Novembro de 2005)
"A SELVA", de Ferreira de Castro (1 a 31 de Dezembro de 2005)
"RICARDO III" e "HAMLET", de William Shakespeare (1 a 31 de Janeiro de 2006)
"SE NUMA NOITE DE INVERNO UM VIAJANTE" e "PALOMAR", de Italo Calvino (1 a 28 de Fevereiro de 2006)
"OTELO" e "MACBETH", de William Shakespeare (1 a 31 de Março de 2006)
"VALE ABRAÃO", de Agustina Bessa-Luis (1 a 30 de Abril de 2006)
"O REI LEAR" e "TEMPESTADE", de William Shakespeare (1 a 31 de Maio de 2006)
"MEMÓRIAS DE ADRIANO", de Marguerite Yourcenar (1 a 30 de Junho de 2006)
"ILÍADA", de Homero (1 a 31 de Julho de 2006)
...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2006)
POESIA DE ALBERTO CAEIRO (1 a 30 de Setembro de 2006)
"O ALEPH", de Jorge Luis Borges (1 a 31 de Outubro de 2006) (link)
POESIA DE ÁLVARO DE CAMPOS (1 a 30 de Novembro de 2006)
"DOM CASMURRO", de Machado de Assis (1 a 31 de Dezembro de 2006)(link)
POESIA DE RICARDO REIS E DE FERNANDO PESSOA (1 a 31 de Janeiro de 2007)
"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 28 de Fevereiro de 2007)
"O VERMELHO E O NEGRO" e "A CARTUXA DE PARMA", de Stendhal (1 a 31 de Março de 2007)
"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 30 de Abril de 2007)
"A RELÍQUIA", de Eça de Queirós (1 a 31 de Maio de 2007)
"CÂNDIDO", de Voltaire (1 a 30 de Junho de 2007)
"MOBY DICK", de Herman Melville (1 a 31 de Julho de 2007)
...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2007)
"PARAÍSO PERDIDO", de John Milton (1 a 30 de Setembro de 2007)
"AS FLORES DO MAL", de Charles Baudelaire (1 a 31 de Outubro de 2007)
"O NOME DA ROSA", de Umberto Eco (1 a 30 de Novembro de 2007)
POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE (1 a 31 de Dezembro de 2007)
"MERIDIANO DE SANGUE", de Cormac McCarthy (1 a 31 de Janeiro de 2008)
"METAMORFOSES", de Ovídio (1 a 29 de Fevereiro de 2008)
POESIA DE AL BERTO (1 a 31 de Março de 2008)
"O MANUAL DOS INQUISIDORES", de António Lobo Antunes (1 a 30 de Abril de 2008)
SERMÕES DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA (1 a 31 de Maio de 2008)
"MAU TEMPO NO CANAL", de Vitorino Nemésio (1 a 30 de Junho de 2008)
"CHORA, TERRA BEM-AMADA", de Alan Paton (1 a 31 de Julho de 2008)
...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2008)
"MENSAGEM", de Fernando Pessoa (1 a 30 de Setembro de 2008)
"LAVOURA ARCAICA" e "UM COPO DE CÓLERA" de Raduan Nassar (1 a 31 de Outubro de 2008)
POESIA de Sophia de Mello Breyner Andresen (1 a 30 de Novembro de 2008)
"FOME", de Knut Hamsun (1 a 31 de Dezembro de 2008)
"DIÁRIO 1941-1943", de Etty Hillesum (1 a 31 de Janeiro de 2009)
"NA PATAGÓNIA", de Bruce Chatwin (1 a 28 de Fevereiro de 2009)
"O DEUS DAS MOSCAS", de William Golding (1 a 31 de Março de 2009)
"O CÉU É DOS VIOLENTOS", de Flannery O´Connor (1 a 15 de Abril de 2009)
"O NÓ DO PROBLEMA", de Graham Greene (16 a 30 de Abril de 2009)
"APARIÇÃO", de Vergílio Ferreira (1 a 31 de Maio de 2009)
"AS VINHAS DA IRA", de John Steinbeck (1 a 30 de Junho de 2009)
"DEBAIXO DO VULCÃO", de Malcolm Lowry (1 a 31 de Julho de 2009)
...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2009)
POEMAS E CONTOS, de Edgar Allan Poe (1 a 30 de Setembro de 2009)
"POR FAVOR, NÃO MATEM A COTOVIA", de Harper Lee (1 a 31 de Outubro de 2009)
"A ORIGEM DAS ESPÉCIES", de Charles Darwin (1 a 30 de Novembro de 2009)
Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!