Leitura Partilhada
domingo, abril 29, 2007
  E se Hugo nos visse? (ii)
Aumentou a complexidade, nada é linear, tudo se mistura, se entrecruza, se dilui. Fazer o balanço é difícil, talvez dependa da forma como cada um vê o copo: meio cheio ou meio vazio? Temos mais acesso à informação, ao conforto material, ao lazer, à segurança, ao saber, ao prazer, ganhamos em inovação, acessibilidade, garantias, eficácia, liberdade, enfim, dispomos de mais instrumentos para sermos felizes, mas deixamo-nos escravizar por um modo de vida que nos rouba a serenidade.

A massificação trouxe consigo limites mínimos mais elevados, mas também a perda de qualidade: menos espaço e menos silêncio, mais insensibilidade às agressões exteriores, menos exigência, mais despersonalização (o que tem vindo a acontecer com o parque habitacional retrata bem este processo: há mais pessoas com casas, e essas casas têm agora as infra-estruturas básicas, mas já não se vêem os materiais de qualidade, as grandes áreas, a vista agradável e o magnífico pé direito de antigamente). Enquanto a humanidade evoluiu prodigiosamente com a ciência e a técnica, o desenvolvimento do indivíduo foi inquinado por uma sociedade de consumo que insiste em oferecer despreocupação, simplificação, banalização e acumulação sem limites.

Nesta sociedade da abundância, que produz o desperdício e a insatisfação, confunde-se bem-estar material com descontrolo consumista, conhecimento com informação, lazer com televisão, comunicação com troca de mensagens primárias. Tudo tem que ser provado com fúria e deglutido sem mastigar, tudo se torna acessível e, por isso, menos apetecível. Evidenciando uma enorme dificuldade em gerir o desejo, atulhamo-nos em lixo e estragamos continuamente, confiantes numa eterna capacidade de regeneração do mundo. Compramos, estragamos, deitamos fora, voltamos a comprar. Ou, então: compramos, enfadamo-nos, deitamos fora, voltamos a comprar. Ou, então: compramos, guardamos num canto, queremos mais, voltamos a comprar.

Vivemos no meio de uma assustadora falta de simplicidade e de autenticidade, a depredar aquilo que nos é essencial: o ar, a água, a terra. Se não encontrarmos lucidez que combata esta espiral de esquizofrenia, corremos o sério risco de nos vermos estúpidos e afundados em entulho.

azuki
 
sábado, abril 28, 2007
  Waterloo
"Battle of Waterloo", William Sadler (1782-1839)

O ano passado (1861), por uma bela manhã de Maio, um viajante a pé, o mesmo que conta esta história, dirigia-se de Nivelles para La Hulpe. (...)
- Como se chama este sítio aqui? – perguntou o viajante.
- Hougomont – disse a aldeã.
O viajante endireitou-se e deu alguns passos para ir olhar de cima das sebes, de onde por entre as árvores que se destacavam no horizonte avistou um montículo, e sobre ele o que quer que fosse, que de longe parecia um leão.
Estava no campo de batalha de Waterloo.

Tanto falamos de Waterloo, mas nunca referimos onde efectivamente se localiza essa cidade. O campo de batalha situa-se a cerca de 20 Km ao sul de Bruxelas e a 4,5 Km ao sul da cidade de Waterloo. De carro, o percurso mais interessante é a N5, que é a antiga estrada Charleroi-Bruxelas, por onde ambos os exércitos chegaram ao campo de batalha (para quem gostar de viajar, não deixem de a visitar, gostei muito). Devem igualmente visitar o Museu de cera, que contém os principais actores da batalha, sobre um fundo reconstruído com grande fidelidade. Igualmente, não deixem de adquirir os soldados de chumbo (de uma perfeição espantosa), referentes aos vários exércitos que estiveram presentes nesta batalha decisiva para o futuro da Europa. Para terminar, gostaria também de vos dizer que existe um "Comité de Estudos Históricos sobre a Batalha de Waterloo", que se fundou em 1973 e que tem como objectivo a restauração, conservação e manutenção do campo de batalha e seus antigos edifícios, bem como comemorar com monumentos e placas nos locais mais importantes, promovendo igualmente estudos para fazer conhecer a sua importância na história europeia, organizando conferências e visitas de grupos ao local da batalha.

Joe
 
sexta-feira, abril 27, 2007
  E se Hugo nos visse?
A luz brilha na escuridão,
e a escuridão não vencerá.


João, Capítulo 1, Versículo 5


A luz, quer ela signifique beleza, sabedoria ou bondade... Estaremos a caminhar para a luz? Em termos absolutos, o balanço é francamente positivo. O (nosso) mundo está melhor. Nunca se viveu tão bem (aqui). Nunca a verdade foi tão acessível. Nunca existiram tanto conhecimento, instrução, saúde, bem-estar e progresso material. Hoje, usufruímos de mais liberdade, mais igualdade, mais consciência ética, e conquistamos patamares fundamentais na evolução civilizacional: democracia e Estado de direito, paz e estabilidade, respeito pelos direitos humanos, desenvolvimento económico e social. Penso em tudo isso e, ainda assim, lamento o quão pouco avançamos em 150 anos. Porque não fomos suficientemente céleres, porque uma maior consciência torna mais graves os erros cometidos, porque ainda existe quem não tenha nada: em suma, sinto que fizemos relativamente menos tendo mais instrumentos. Pobre Hugo (ele, que acreditava na inevitabilidade do progresso, o qual conduziria a humanidade por um trilho em cujo fim não poderiam existir a miséria e a ignorância), que desilusão se lhe tivesse sido dada a faculdade de espreitar para o séc. XXI.

azuki

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quinta-feira, abril 26, 2007
  o prodígio de todas as cóleras
On the barricades, 2 Dec 1851 (Saint-Antoine suburb)
(fonte)

- Demolir! Demolir pode ser que seja útil, mas desconfio das demolições movidas pela cólera.
- O direito tem a sua cólera, Sr. Bispo, e a ira do direito é um elemento de progresso. Assim mesmo, digam o que disserem, a Revolução Francesa foi o passo mais fértil em resultados dado pelo género humano depois da vinda de Cristo. Incompleta, concordo, mas sublime. Ela resolveu todas as incógnitas sociais, suavizou os espíritos, acalmou, pacificou, esclareceu; inundou a terra com ondas de civilização. Foi boa! A Revolução Francesa foi a santificação da humanidade.


Isso do “acalmou e pacificou” não será bem assim, basta pensar em 1793 e no que se lhe seguiu, mas não é possível desejar sair incólume de processos com esta intensidade – a enxurrada pode limpar, ao mesmo tempo que tudo arrasta à sua frente. (“- Sim, as brutalidades do Progresso chamam-se revoluções! Depois delas acabadas, reconhece-se uma coisa: que o género humano ficou maltratado, mas que deu alguns passos para diante!”) A primeira metade do sec. XIX francês continuou a caracterizar-se por uma elevada agitação social, sendo pródiga em insurreições e em revoluções - com ou sem razão na forma como manifestaram o seu desagrado profundo, as pessoas estavam fartas de ser enxovalhadas. Na descrição da insurreição de Jul/1848, lemos: “De que era construída a barricada? Do entulho de três prédios de seis andares, para esse fim demolidos, diziam uns. Do prodígio de todas as cóleras, diziam outros.” Teria surgido o compromisso político, caso não existissem estas “aglomerações raivosas”? De Gaulle referiu que, quando o seu país precisava de uma reforma, fazia uma revolução e, de facto (quiçá por uma estranha forma de contágio), parece certo que a França entrou na modernidade por trás das barricadas.

azuki
 
quarta-feira, abril 25, 2007
 
Eu acredito no maniqueísmo, nesta filosofia dualista ensinada pelo profeta persa Mani que divide o mundo entre o bem e o mal- mas nunca em exclusivo. Acredito que existe gente intrinsecamente boa e outra intrinsecamente má; é óbvio que aqui a vivência psicossocial joga também o seu papel.
O bispo Miriel ainda existe?
A bondade e a maldade, são por vezes um Mistério abissal, invisível e exprimível.
Esta bondade adquirida (ou maldade) pode ser aprimorada ou deteriorada. É para isto que existe a educação. Criar é amar, disciplinar e educar.
Miriel foi provavelmente salvo por alguém, Miriel salvou Valjean e este fez o mesmo com Cosette.
Já salvaste alguém hoje? Relê pelo menos o “Justo”! A resposta é...sim.
Castela
 
terça-feira, abril 24, 2007
  Javert
Mas Javert, naquele estado, não tinha nada de ignóbil.
A probidade, a sinceridade, a candura, a convicção, a ideia do dever, coisas são que podem tornar-se medonhas, quando mal interpretadas, mas que, mesmo medonhas, continuam grandes; a sua majestade, própria da consciência humana, persiste no horror; são virtudes que têm um vício – o erro. A alegria impiedosa, mas honesta, de um fanático, ainda quando desmesuradamente atroz, conserva certos fulgores lugubremente veneráveis. Javert, sem suspeitar, no meio da sua temível ventura, era digno de lástima, como todo o ignorante que triunfa. Nada mais pungente e terrível do que aquele rosto, em que se divisava o que se podia chamar a maldade do bem.

Quem é Javert? Um homem malvado, um caso psiquiátrico? A verdade é que Javert é íntegro, mas não é moral, o que o transforma num verdadeiro contra-senso. Ele tem uma fé (“a veneração pela autoridade, fosse ela de que natureza fosse”), mas carece da flexibilidade mental proporcionada por uma educação emocional. Ele serve as leis, não as põe ao serviço das pessoas; ele é um executor do que lhe foi instilado e que procura cumprir com toda a honestidade e é aqui que esta personagem nos põe a pensar. Sendo tão cumpridor, tão honesto, tão zeloso, Javert substitui-se aos criminosos, porque passa, ele próprio, a ter um comportamento criminoso. Implacável, inflexível, inabalável, Javert tem o olhar vidrado e a força desmesurada dos fanáticos. Com tanta energia despendida na direcção errada, não admira que o seu fim reflicta a frustração profunda de quem, finalmente, percebe que a sua vida fora um enorme malogro.

azuki

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segunda-feira, abril 23, 2007
  Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor
© Unesco

By celebrating this Day throughout the world, UNESCO seeks to promote reading, publishing and the protection of intellectual property through copyright.

23 April: a symbolic date for world literature for on this date and in the same year of 1616, Cervantes, Shakespeare and Inca Garcilaso de la Vega all died. It is also the date of birth or death of other prominent authors such as Maurice Druon, K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla and Manuel Mejía Vallejo. It was a natural choice for UNESCO's General Conference to pay a world-wide tribute to books and authors on this date, encouraging everyone, and in particular young people, to discover the pleasure of reading and gain a renewed respect for the irreplaceable contributions of those who have furthered the social and cultural progress of humanity.

The idea for this celebration originated in Catalonia where on 23 April, Saint George's Day, a rose is traditionally given as a gift for each book sold. The success of the World Book and Copyright Day will depend primarily on the support received from all parties concerned (authors, publishers, teachers, librarians, public and private institutions, humanitarian NGOs and the mass media), who have been mobilized in each country by UNESCO National Commissions, UNESCO Clubs, Centres and Associations, Associated Schools and Libraries, and by all those who feel motivated to work together in this world celebration of books and authors.
 
 
Instruir-se, ao que ele também chamava libertar-se a si mesmo.
("Os Miseráveis")
 
sexta-feira, abril 20, 2007
  As Galés
No reinado de Luís XIV, para não irmos mais longe, quis o monarca criar uma boa armada. (...) Era mister, portanto, haver galeras, mas para haver galeras eram necessários remeiros, pois sem remeiros era impossível fazê-las andar. Colbert recomendava, pois, aos intendentes de província e aos parlamentos que não fossem parcos em condenar gente às galés, ao que a magistratura de boamente se prestava. Passava uma procissão e um homem não tirava o chapéu da cabeça: sinal de ser calvinista e, portanto, galés com ele. Encontravam um rapaz na rua; uma vez que tivesse quinze anos e não possuísse um tecto a que se acolhesse, com ele para as galés! Grande reinado e grande século!

Qual o grau de importância da genética nos nossos comportamentos? Javert diria que 100%: se alguém nasce com a raiz do mal, nunca deixará de constituir um perigo. A França de então (país de tão formidáveis iluministas) parecia não acreditar no perdão e na reabilitação: condenar um homem a vários anos de trabalhos forçados nas galés, a pior das ignomínias, por ter cometido um crime menor, significa apenas expiação, expiação dolorosa e destrutiva pelos danos infligidos a uma sociedade que não está nada interessada na recuperação daquele ser humano. O sistema judicial e prisional contribuía para perpetuar e para multiplicar os miseráveis. Ahhh, é verdade, não nos esqueçamos de que o reino precisava de motores para as suas galés.

azuki

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quarta-feira, abril 18, 2007
  Falar da guerra
Pensou naquele heróico coronel Pontmercy, soldado valente, que no tempo da República defendera as fronteiras da França e no tempo do imperador fora derramar o seu sangue à fronteira da Ásia; (...); que em cada campo de vitória da Europa vertera algumas gotas daquele sangue que a ele lhe girava nas veias; que envelhecera antes do tempo, escravo fiel da disciplina e do dever, sem um momento de descanso no seu afanoso viver de soldado, sempre armado para o combate, sempre no desalinho das batalhas, com o rosto enegrecido pelo fumo da pólvora, as mãos tintas do sangue dos inimigos (...), para, ao cabo de vinte anos vividos no lidar tumultuoso das grandes guerras, pelejadas em prol da pátria, voltar com o rosto desfigurado (...) com a consciência de ter obrado tudo em prol da França e nada contra ela.

A memória é curta e ingrata para os soldados, que mostram “a sua intrepidez, a sua bravura e valor, arriscando-se por entre balas, expondo o peito às baionetas, derramando o seu sangue, indo ao encontro do inimigo, ao encontro da morte, sem temer nem uns nem a outra”, oferecendo-se aos horrores da guerra, muitas vezes em prol de uma ideia longínqua e de uma pátria que os esquece com demasiada facilidade. Fala-se pouco dos soldados, porque o ofício não é bonito nem desperta simpatias, porque há muito facínora no meio da selvajaria das batalhas, porque até para os mais equilibrados deve ser difícil manter a compostura em situações limite, esquecendo-se um povo da bravura e do sacrifício para não ter que se recordar da carnificina. A guerra não é uma lembrança aprazível em tempo de paz.

azuki
 
segunda-feira, abril 16, 2007
  Waterloo: a passagem de Deus
(Jacques-Louis David (1748-1825))

Era possível que Napoleão ganhasse esta batalha? Respondemos que não. Porquê? Por causa de Wellington? Por causa de Blücher? Não. Por causa de Deus.
A lei do século XIX não concedia a Bonaparte a vitória de Waterloo. Preparava-se outra série de factos, em que Napoleão já não tinha lugar. Havia muito que a má vontade dos acontecimentos se tinha declarado.
Chegara o tempo da queda daquele homem vasto, cujo peso excessivo nos destinos humanos perturbava o equilíbrio. (...) Seriam mortais para a civilização, se durassem, estas pletoras da vitalidade humana toda concentrada numa só cabeça, com o mundo a depender do cérebro de um só homem. Chegara o momento em que a incorruptível equidade suprema reconsiderava. (....)
Napoleão fora denunciado no infinito, e a sua queda estava decidida. Incomodava Deus.
Waterloo não é uma batalha; é a mudança de aspecto do Universo.


A análise crítica dos acontecimentos do dia 18 de Junho de 1815 é uma das aberrações do livro. O que explica a derrota de Napoleão não foram as chuvas que enlamearam caminhos e atrasaram manobras, nem a parede de Hougomont, nem a barroca de Ohain, nem as incorrectas indicações do guia, nem mesmo a demora de Grouchy e a inesperada aparição de Blücher. Por aqui se vê, nítida, a concepção providencialista que Hugo tinha da história: Napoleão perdeu porque Deus assim o desejou.

Hoc erat in fatis. Aquele dia mudou a perspectiva do género humano. Waterloo foi o gonzo do século XIX. Era necessária a desaparição do grande homem para a chegada do Grande Século, e dela se encarregou alguém a quem se não replica. O pânico dos heróis explica-se. A batalha de Waterloo foi mais do que uma nuvem, foi um meteoro. Foi a passagem de Deus.

azuki

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sábado, abril 14, 2007
  Leopoldine Hugo
gft6, Léopoldine, qui sera baptisée le 16 septembre. Sa famille l’appelle " Didine ", et très tôt, de nombreux peintres feront son portrait tels Achille Devéria, Louis Boulanger, Adèle et Julie Duvidal de Montferrier.
Après Blois, et les Alpes en 1825, elle profite des étés passés en famille à Bièvres dès 1831, dans la propriété des Bertin. En octobre 1832, elle entre à L’Externat des Jeunes Demoiselles, à quelques numéros de l’habitation familiale parisienne, place Royale.
En janvier 1838, elle suit en externe les cours d’émulation Boblet qui entretiennent ses croyances religieuses déjà très fortes.
Depuis 1834, elle reçoit les lettres que son père lui envoie au cours de tous ses voyages ; un père qui écrira bientôt sur elle, tout séduit qu’il est par ce symbole de pureté. Il lui écrit en 1837, d’Étaples près de Boulogne-sur-Mer : " J’ai cueilli pour toi cette fleur dans la dune. C’est une pensée sauvage qu’a arrosée plus d’une fois l’écume de l’océan. (…) Et puis, mon ange, j’ai tracé ton nom sur le sable : DIDI. La vague de la haute mer l’effacera cette nuit, mais ce que rien n’effacera, c’est l’amour que ton père a pour toi (…) ".
De nombreux prétendants se présentent, mais elle fait la connaissance en vacances près du Havre de Charles Vacquerie, frère d’Auguste Vacquerie. Elle se marie avec Charles en l’Église Saint-Paul le 15 février 1843. Ils emménagent près du Havre au domicile de la belle-famille. Avant que Victor et Adèle Hugo les rejoignent un moment en mai, son père écrit dès le 17 février à Juliette Drouet : " Elle me quitte. Je suis triste, triste de cette tristesse profonde que doit avoir, qu’a peut-être (qui le sait ?) le rosier au moment où la main d’un passant lui cueille sa rose. Tout à l’heure j’ai pleuré (…) ".
Peu de temps après, le 4 septembre, c’est le drame : le jeune couple se noie lors d’une sortie en bateau sur la Seine, à Villequier.
" M.Charles Vacquerie, habile et vigoureux nageur, plein de courage et de sang-froid, a plongé et replongé pendant plus de cinq minutes, et a été vu plusieurs fois ramenant à la surface de l’eau sa jeune femme. Mais, hélas ! ils ont fini par disparaître tous deux comme entrelacés !…(…) Et la famille Hugo quel va être son désespoir ! Quelle atroce blessure pour le cœur de la femme du poète et du poète lui-même ! (…) frappé au même endroit que naguère Lamartine (…)" lit-on dans le journal de Rouen du mercredi 6 septembre 1843.
Hugo apprend la nouvelle de ce décès le 9 septembre dans un journal à Rochefort, sur le chemin de retour d’un voyage qu’il faisait avec Juliette Drouet en Espagne. Il écrit le 10 septembre à Louise Bertin : " J’ai lu. C’est ainsi que j’ai appris que la moitié de ma vie et de mon cœur était morte (…). O mon Dieu, que vous ai-je fait ! (…) Dieu ne veut pas qu’on ait le paradis sur la terre. Il l’a reprise. Oh ! mon pauvre ange, dire que je ne la reverrai plus ".
Il ne se rendra sur sa tombe qu’en septembre 1846.

(fonte)


Joana

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  Adele Hugo
Le 28 juillet 1830, une deuxième fille naît chez Victor et Adèle Hugo. Elle est baptisée le 19 septembre avec comme parrain Sainte-Beuve. Elle est d’une beauté qui frappe ceux qui l’approchent, comme Balzac écrivant à Mme Hanska, le 8 avril 1843 : " La seconde fille de Hugo est la plus grande beauté que j’aurai vue de ma vie " ou Alphonse Karr : " Adèle, belle comme une statue antique ". Elle se passionne pour la musique et passera, en exil, des heures au piano et s’essaiera à la composition.
Elle suit les déplacements et villégiatures de sa mère et se retrouve ainsi en 1843 à Graville, chez sa sœur Léopoldine. 1852 est le début de l’exil à Jersey : elle y tient un journal.
En décembre 1856, elle subit une grave crise de dépression à Guernesey. Elle rentre à Paris en 1858 pour repartir sur l’île au printemps. Elle fait un nouveau séjour à Paris, puis se rend à Londres avec sa mère en 1859. C’est en décembre 1861 à Hauteville-House qu’est reçu le lieutenant Alfred Pinson, déjà rencontré par Adèle en 1854 à Jersey. Elle se considère comme sa fiancée et refuse sous ce prétexte 5 demandes en mariage, la dernière en date du 2 juin 1863.
Le 18 juin 1863, elle s’enfuit au Canada, en passant par Londres, et rejoint Halifax espérant retrouver Pinson qui vient d’y être nommé. Elle apprend son mariage, en perd la raison et ne veut plus quitter le Nouveau Monde. Elle vit grâce à l’argent que lui envoie son père, comme en témoigne la correspondance qu’ils s’échangent.
Le 12 février 1872, Adèle rentre de la Barbade où elle suivit Pinson en 1866. Son père avait écrit à François-Victor dès 1868 : " Voilà cinq ans qu’à cause d’elle j’ai le cœur serré. Qu’elle revienne, et en même temps que mon cœur s’épanouira, mes bras s’ouvriront ".
Elle est placée chez le docteur Allix, ami de la famille. Hugo lui rend visite le 13 février : " Elle m’a reconnu . Je l’ai embrassée. Je lui ai dit tous les mots de tendresse et d’espérance ". Elle est transférée à Saint-Mandé dans une maison de santé : aucun espoir de guérir sa folie n’est laissé à la famille.
Elle meurt le 21 avril 1915 à Suresnes, dans la maison de santé où elle se trouvait depuis la mort de son père. Frances Vernor Guille publie en 1968-1971 les deux premiers tomes de son Journal de l’Exil.

(fonte)

Joana

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  Não há meio-termo
Trata-se de um grande livro, e muito moderno nos temas cuja reflexão propõe, mesmo com a sua visão utópica da natureza humana e da evolução da sociedade, os tiques delicodoces típicos do estilo literário da época e a reduzida verosimilhança das personagens: um homem que passou 19 anos como forçado nas galés, cheio de integridade e de amor, chamado Jean Valjean; uma desgraçada mulher, que sacrificou os dentes e o corpo para sustentar a filha mas que conservou um espírito sem mácula, de seu nome Fantine; uma jovem puríssima, Cosette; um mancebo de coração casto, Mário; um gaiato alegre e generoso, Gavroche; o tenebroso casal Thénardier. Não parece haver meio-termo (apenas Eponine escapa a este maniqueísmo). Quem se viu confrontado com a ambiguidade, acabou por suicidar-se.

azuki

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quinta-feira, abril 12, 2007
  o poema da consciência humana
O olho do espírito em parte nenhuma pode encontrar mais deslumbramentos, nem mais trevas, do que no homem, nem fixar-se em coisa nenhuma, que seja mais temível, complicada, misteriosa e infinita. Há um espectáculo mais solene do que o mar, é o céu; e há outro mais solene do que o céu, é o interior da alma.
Fazer o poema da consciência humana, mas que não fosse senão a respeito de um só homem, e ainda dos homens o mais ínfimo, seria fundir todas as epopeias numa epopeia superior e definitiva. A consciência é o caos das quimeras, das ambições e das tentativas, o cadinho dos sonhos, o antro das ideias vergonhosas: é o pandemónio dos sofismas, é o campo de batalha das paixões. Penetrai, a certas horas, através da face lívida de um ser humano, e olhai por trás dela, olhai nessa alma, olhai nessa obscuridade. Há ali, sob a superfície límpida do silêncio exterior, combates de gigantes como em Homero, brigas de dragões e de hidras, e nuvens de fantasmas, como em Milton, espirais visionárias como em Dante. Sombria coisa esse infinito que todo o homem em si abarca, e pelo qual ele regula desesperado as vontades do seu cérebro e as acções da sua vida!


(Goya, “El sueño de la razón produce monstruos”, 1793-96)

Freud nasceu em 1856, em Príbor (actual República Checa). No sec. XIX, se a ordem jurídica e a filosofia pareciam bastar para enquadrar a racionalidade, faltava uma ciência-técnica-arte que ajudasse a decifrar o lado escuro de nós. Embora se me afigure que o Eros de Jean Valjean seria imensamente superior ao seu Tanatos.

azuki

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quarta-feira, abril 11, 2007
  Cosette
Pobre Cosette, sempre às cegas e tão suavemente cumpridora. Não só pelo acolhimento ignóbil dos Thénardier, mas por todo o seu percurso ao longo do livro, a alcunha “coisinha” parece-me bastante apropriada a uma rapariga que era desrespeitada e tratada como uma incapaz, a quem nunca ninguém pretendeu informar nada acerca de si própria.

azuki

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terça-feira, abril 10, 2007
  O velho elefante
Quando os burgueses, nas horas de ócio domingueiro, passavam pelo elefante da Bastilha, lançavam-lhe os olhinhos à flor do rosto e diziam com ar de desprezo:
- Ora para que servirá isto?
Para que servia? Servia para salvar do frio, da geada, da saraiva, da chuva, para abrigar do vento de Inverno, para preservar do sono na lama, que produz febre, e do sono na neve, que causa a morte, uma tenra criatura, órfã de pai e mãe, sem pão, nem roupa, nem asilo. Servia para recolher o inocente que a sociedade repelia. Servia para atenuar o delito público. Era uma toca aberta àquele para quem todas as portas se fechavam. Parecia que o velho mastodonte, miserável, comido de vermes e vítima do olvido, coberto de verrugas, de manchas negras e de úlceras, mal seguro, carunchoso, abandonado, condenado, espécie de mendigo colossal, pedindo em vão a esmola de um olhar benévolo, no meio da encruzilhada, se condoera daqueloutro mendigo, do pobre pigmeu, descalço, tiritando de frio, baldo de abrigo, que se vestia de andrajos e alimentava das migalhas da caridade. Eis para que servia o elefante da Bastilha. Os homens abandonaram a ideia de Napoleão. Deus tomara-a a si, e o que apenas era ilustre tornara-se augusto. Para o imperador realizar o que meditava, necessitaria do pórfiro, do bronze, do ferro, do ouro, do mármore; a Deus bastou-lhe aquele carunchoso conjunto de tábuas, barrotes e estuque. O imperador tivera um sono de génio; naquele elefante titânico, armado, prodigioso, com a tromba levantada e a sua torre às costas, fazendo brotar de todas as partes em torno de si alegres e vivificantes águas, queria encarnar o povo; Deus fizera dele coisa maior, convertendo-o em morada de uma criança.

No decurso da leitura, vinham-me à cabeça diversas imagens da miséria, mas a minha imaginação não foi suficientemente sagaz para ver um dos quadros óbvios. Daí que esta tenha sido uma das passagens do livro que mais me impressionou: o elefante, a velha estátua carcomida do elefante de Napoleão, com o seu fervilhante mundo interior, onde Gavroche vivia, em total abandono, sem afecto nem instrução, passando frio e fome, dormindo no interior de uma espécie de jaula para se defender dos ratos devoradores de pessoas.

azuki

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domingo, abril 08, 2007
  Javert
"Contudo o Inspector Javert está convencido que um criminoso será sempre um criminoso, e que Valjean pertence à cadeia... Para sempre.". Será que Javert tinha em parte razão nesta sua filosofia de vida, será que na história mundial não existiram criminosos que deveriam ter estado sempre na cadeia... para sempre (nunca deveriam ter estado em liberdade)?

Joe

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sábado, abril 07, 2007
 


Vidocq

Que há uma simetria entre Javert e Valjean parece claro: o que para um é destino definido e definitivo é aquilo contra o qual o outro luta, em busca da libertação (mais do que liberdade, redenção). Javert não se permite ter dúvidas (a dúvida está apenas a um passo da queda, não é?), enquanto que Valjean, face à incerteza, medita e age. Simétricos e algo mais: são afinal as duas faces de uma mesma pessoa, Eugène François Vidocq, criminoso primeiro e depois director da Segurança Nacional. Afinal, apenas nos livros as personagens apresentam traços tão puros - nós somos uma confusão imensa de emoções, comportamentos e sinais.

nastenka-d

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quarta-feira, abril 04, 2007
  Miseráveis
Victor Hugo definia-se como um “observador das enfermidades sociais”, procurando reflectir sobre o que é a miséria, o que a provoca, a que limites consegue chegar. Entre a obscuridade moral e a penúria material, a concepção de miséria é múltipla: há os que nada têm, os dignos de pena, os infames. A pior das misérias é muito mais do que a fome, a sede, “a nudez do pobre no inverno”, “a curvatura linfática da espinha dorsal de uma criança”, o sótão, o cárcere, a enxerga, o isolamento, os andrajos, os ratos. A miséria é estar encurralado. Encurralado pela ignorância, pela pobreza, pela agressão, pela ausência de rumo, existindo em total desprotecção, sem expectativas ou padrões de comportamento, sem beleza, sem luz. A miséria é não ter nada a perder. A ousadia cresce em quem não tem nada a perder e há pouca grandeza no desespero.

azuki

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terça-feira, abril 03, 2007
  Cosette

Cosette, de Emile Bayard (da edição original de 1832)

Na desesperança de quem não conhece outra vida reune-se o que mais revolta na miséria - a crueldade e a indiferença pelo destino das crianças deve ser o que há de mais duro.




nastenka-d

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segunda-feira, abril 02, 2007
  Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil - 2 de Abril
Nunca me hei-de esquecer de como aprendi a ler. Quando era menina, as palavras escapuliam-se diante dos meus olhos como pequenos escaravelhos negros cheios de pressa. Mas eu era mais inteligente do que elas. Aprendi a reconhecê-las apesar de tentarem escapar-me velozmente. Até que, por fim, consegui abrir os livros e entender o que lá estava escrito. Sozinha, tornei-me capaz de ler contos, histórias engraçadas e poemas.
No entanto tive surpresas. A leitura deu-me poder sobre os contos e de alguma forma também deu aos contos um certo poder sobre mim. Nunca lhes pude escapar. Isso faz parte do mistério da leitura.
Uma pessoa abre um livro, acolhe e compreende as palavras e, se a história for boa, ela explode dentro de nós. Aqueles escaravelhos que correm em linha recta de um lado para o outro da página em branco convertem-se primeiro em palavras e, logo a seguir, em imagens e acontecimentos mágicos. Ainda que certas histórias pareçam nada ter que ver com a vida real, ainda que nos conduzam a surpresas de toda a espécie e se distendam em múltiplas possibilidades, para um lado e para o outro, como pastilhas elásticas, no final as histórias que são boas devolvem-nos a nós mesmos. São feitas de palavras, e todos os seres humanos sonham ter aventuras com as palavras.
Quase todos começamos como ouvintes. Ainda bebés, as nossas mães e os nossos pais brincam connosco, dizem-nos rimas, tocam-nos as mãos («Pico pico maçarico quem te deu tamanho bico…») ou põem-nos a bater palmas («Palminhas, palminhas…»). Os jogos com palavras são ditos em voz alta e, quando somos crianças, escutamo-los e rimos com eles. Logo a seguir aprendemos a ler os caracteres impressos na página branca e, mesmo quando lemos em silêncio, há uma certa voz que está presente. A quem pertence esta voz? Pode ser a tua própria voz, a voz do leitor. Mas é mais do que isso. É a voz da história que vem do interior do próprio leitor.
É claro que há hoje muitas maneiras de contar uma história. Os filmes e a televisão têm histórias para contar, embora não usem a linguagem da maneira como o fazem os livros. Os escritores que trabalham em guiões de televisão ou de cinema são obrigados a utilizar poucas palavras. «Deixem as imagens contar a história», dizem os especialistas. Muitas vezes vemos televisão na companhia de outras pessoas, mas quando lemos quase sempre estamos sós.
Vivemos numa época em que o mundo está cheio de livros. Mergulhar nos livros à procura de alguma coisa, lendo-os e relendo-os, faz parte da viagem de cada leitor. A aventura do leitor consiste em descobrir, nessa selva de caracteres impressos, uma história tão vibrante que o transforme como que por magia. Uma história tão apaixonante e misteriosa que mude a sua vida. Creio que cada leitor vive para esse momento em que de súbito o mundo de todos os dias se altera um pouco, abre espaço a uma nova piada, a uma ideia nova, àquela nova possibilidade que é dada a uma determinada verdade de se exprimir pelo poder das palavras. «Sim, isto é mesmo verdade!», exclama aquela voz dentro de nós. «Estou a reconhecer-te!» A leitura é verdadeiramente apaixonante, não acham?


Margaret Mahy *
(Versão portuguesa de José António Gomes)

* MARGARET MAHY nasceu em Whakatane, Nova Zelândia, em 1936. Bibliotecária, decidiu dedicar-se a tempo inteiro à escrita em 1980. Escreveu obras dirigidas a diferentes idades, cultivando géneros que vão do álbum para crianças pequenas ao romance juvenil, passando pela poesia e pelo texto dramático. É uma das mais premiadas escritoras da Nova Zelândia, tendo sido distinguida, em 2006, com o Prémio Hans Christian Andersen do International Board on Books for Young People (IBBY), o mais importante galardão mundial atribuído a um autor de literatura para crianças e jovens. Marcada pela riqueza poética da linguagem, a escrita de Mahy tem logrado exprimir, por vezes de modo metafórico mas sempre com extraordinária autenticidade, a experiência da infância e da adolescência. Encontra-se traduzida em numerosos idiomas, incluindo o português (O Rapaz dos Hipopótamos, Livros Horizonte). Outros títulos que publicou: Catálogo do Universo, Lembrança, Um Leão no Prado, O Homem cuja Mãe Era Pirata.

O Dia Internacional do Livro Infantil é uma Iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), realizada anualmente desde 1967. O patrocinador de 2007 é a Secção Nacional do IBBY da Nova Zelândia.
Difusão em Portugal: APPLIJ – Secção Portuguesa DO IBBY
 
domingo, abril 01, 2007
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"O TEATRO DE SABBATH", de Philip Roth (16 a 22 de Abril de 2004)

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