Leitura Partilhada
terça-feira, março 31, 2009
 
Ralph wept for the end of innocence, the darkness of man's heart, and the fall through the air of a true, wise friend called Piggy.
Aqui resume-se a obra. Rafael voltará à civilização, mas já vivenciou o que a sua ausência mostra: a ausência de instituições e do direito revelam a anarquia em que o selvagem, a malvadez e o medo reinam.
A perda da SUA inocência, pois também ele matou, também ele sentiu a fera dentro de si: "Tu não viste o que nós...eles fizeram?"
Claramente, de todos, era Piggy o mais indicado para ser o chefe. A sua "audácia intelectual", sensatez e sensibilidade o validavam. Porém, o "garoto cor de mel" venceu "as eleições", é destronado pelo tirano e o melhor de nós morre com Piggy.
cristina_pt

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  A natureza humana
Não. Não são tão maus como isso. Foi um desastre.
Considero a frase magnífica e a perfeita antecedente da que publicarei de seguida. Rafael prefere desculpabilizar os horríveis eventos. Prefere acreditar na intrínseca bondade humana. Pobre Rafel, se estivesses aqui pegar-te-ia no colo e dir-te-ia que há bons e maus e consideráveis momentos da vida em que os uns e outros atravessam a fina área cinzenta que os separam.
E sim, meu querido Rafael, a maioria de nós, vive nessa área cinzenta, sobrevivendo como vós.

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segunda-feira, março 30, 2009
  Ainda um miúdo
desesperadamente, Rafael orava no sentido de que a fera preferisse os miúdos
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  A negação
Não! Como poderiamos nós...matá-la?

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  Era Simão
A violência vence, como sempre vence, perante a bondade e a ordem. Simão morre pela mão de todos.
Bucha não consegue aceitar e prefere classificar o evento de acidente. Mas é Rafael que compreende a verdadeira natureza do acto:
Tu não vês o que nós... o que eles fizeram?
Eu estava...eu não sei o que estava.
Bucha prefere apagar a culpa de quem não empunhou a arma:
isso mesmo, nós estavamos de fora. não fizemos nada, não vimos nada
E é neste silêncio e nesta inacção de quem não pactua com a violência, mas também não se opõe a ela, que se cometem e perpetuam as maiores atrocidades da humanidade.

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domingo, março 29, 2009
  Lord of the flies
Eu sou parte de ti próprio


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  A fogueira
A fogueira é a coisa mais importante. Sem a fogueira não nos poderemos salvar. Eu também gostaria de me pintar como um guerreiro e brincar aos selvagens. Mas é necessária manter a fogueira acesa. A fogueira é a coisa mais importante na ilha, porque, porque ...
(Rafael, pg. 143)


... esta é a nossa última ligação à civilização e à ordem. [cristina_pt]

...



Os restantes bloguistas aceitariam o desafio de editar esta mensagem com as suas participações?

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sábado, março 28, 2009
  panem et circenses
Mas agora conto chamar o maior número de crescidos para o nosso lado, afastando-os do búzio e de todo aquele carnaval. Matamos um porco e damos uma festa.
(Jack, pg. 136)
É com pão e circo que Jack pretende afastar os miúdos da civilização, ordem, democracia, liberdade, representados na obra pelo búzio.
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  Idiotas
Lili lite

As grandes ideias são as mais simples.
(pg. 132)




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sexta-feira, março 27, 2009
  Jack
-Não brinco mais, não brinco mais com vocês!
Jack, pg. 130
Caro Sr. Golding,
Já me estava a habituar a odiar Jack e Vª Ex.a prega-me esta rasteira!?
Cumprimentos,
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  terrivel premonição?
"ele não te pode magoar, mas se lhe deixas o campo livre, cai logo em cima do primeiro a quem puder deitar a unha. E sou EU quem paga as favas"

(Piggy, pg. 97)

O nosso querido Piggy verbaliza uma das mais terríveis constatações da sociedade: são os mais fracos que geralmente são mais brutalizados. Piggy percebe que a terror tem uma face cobarde e é nos mais fragilizados que se manifesta, naqueles que os demais não se darão ao trabalho de defender.

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quinta-feira, março 26, 2009
  Gestão de Recursos Humanos II
"se eu sopro o búzio e eles não vêem, estamos fritos!"
Rafael compreende que o exercício do poder é limitado ao poder que efectivamente se é capaz de exercer. Aqui, já tem consciência que a sua chefia do grupo é limitada ao que o próprio grupo lhe permite e isso é pouco. O poder está perdido, resta-lhe agarrar-se à aparência desse poder.
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  Gestão de Recursos Humanos I
"esta reunião não podia ser uma paródia mas trabalho" (pg. 81)

Como te compreendo Rafael.

cristina_pt

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quarta-feira, março 25, 2009
  Vida (definição de Piggy)
"A vida é científica (...): é o que é"
Piggy
cristina_pt

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  Vida (definição de Rafael)
Rafael "descobre que compreende o tédio da sua existência, em que cada caminho é uma improvisação e uma considerável parte do tempo em que está acordado é consumida em ver onde põe os pés" (pg.81)

Assombro. É a palavra que me ocorre ao ler esta frase. Puro assombro. Quando de nós não se sente assim, um dia ou outro, quando temos tempo de parar para pensar?

cristina_pt

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domingo, março 22, 2009
  eu também...
Ele queria explicar porque é que as pessoas nunca eram exactamente aquilo que se pensava que eram.

O Deus das Moscas de William Golding, P. 71

(eu também. eu também. eu tamb)


belém

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sábado, março 21, 2009
  o princípio do medo
- Claro que não há nada. É só uma sensação. Mas é como não se estivesse a caçar, mas... a ser caçado... como se estivesse sempre alguém atrás de nós na selva.

O Deus das Moscas de William Golding, P. 69


achei curioso o medo ter demorado tanto tempo a demonstrar-se no grupo de miúdos. como se a excitação da aventura preenchesse todo o espaço vazio, toda a solidão. aos poucos crescerá o monstro, que escurecerá o paraíso algures no oceano pacífico. aguentaríamos nós a primeira noite, sequer?


belém

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sexta-feira, março 20, 2009
 
- Parecem miúdos! - exclamou [Piggy] desdenhosamente. - Portam-se como um bando de miúdos.

O Deus das Moscas de William Golding, p. 50


Talvez assim fique claro que o leitor se deverá colocar na posição de Piggy - afinal, foi ele que nos adivinhou o comentário que nos acompanhou na leitura das primeiras aventuras. Miúdos que parecem miúdos, mais que mais poderia ser? Ah, sim, miúdos que queriam ser grandes - para não ter de aturar certas coisas, certas faltas de respeito e de ética. Ou então... eram as saudades dos pais a falarem mais alto do que o discurso próprio...

belém

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quarta-feira, março 18, 2009
  Lá do cimo duma montanha, acendemos uma fogueira
- Há mais uma coisa. Podemos ajudá-los a encontrar-nos. Um navio que passe perto da ilha pode não nos ver. Por isso, temos que fazer fumo no cimo da montanha. Temos que fazer uma fogueira.
- Uma fogueira! Vamos fazer uma fogueira!
Capítulo 2, Fogo na Montanha
CANTO MOÇO - José Afonso
Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha

Porque estamos quase na primavera , já faz falta ouvir o canto do zeca afonso.

Site da Associação José Afonso

Luis Neves

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terça-feira, março 17, 2009
  As feras - talves sejamos só nós.
" Simon estava junto dele e deitou as mãos ao búzio. Sentia uma necessidade perigosa de falar; porém , falar diante de uma assembleia era uma coisa terrível para Simon.
- Talvez - disse com hesitação -, talvez exista uma fera.
Uma gritaria brutal irrompe na assembleia e Ralph levanta-se estarrecido.
- Tu, Simon? Tu acreditas niso?
- Não sei - respondeu Simon . O bater do coração sufocava-o. - Mas...
Nova explosão de protestos.
- Sentem-se!
- Calem-se!
- Tira-lhe o búzio!
- Vai-te lixar!
- Cala o bico!
Ralph gritou.
- Ouçam o que ele tem para dizer! É ele quem tem o búzio!
- O que eu quero dizer é... talvez sejamos só nós.
- Estás doido!
A última exclamação viera de Piggy, não se contendo com o choque. Simon continuou.
- Nós podíamos ser uma espécie de...
Simon começou a dispersar-se no seu esforço para exprimir a doença essencial da humanidade. A inspiração invadiu-o então.
- Qual é a coisa mais porca do mundo?
Em resposta Jack atirou duas expressivas e cruas sílabas para o silêncio de incompreensão que seguiu. O alívio foi enorme. Os miúdos que haviam voltado a empoleirar-se no balancé caíram mais uma vez e não se importaram. Os caçadores urravam de satisfação.
O esforço de Simon desmoronou-se em ruínas. As gargalhadas vergastaram-no cruelmente e ele retirou-se indefeso para o seu lugar."
Capítulo 5, O Monstro da Água


" O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar. "
Italo Calvino, As Cidades Invisíveis

Luis Neves

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segunda-feira, março 16, 2009
  Noticias de escritores


Este mês no Jornal de Letras vem um trabalho sobre o escritor Edgar Allan Poe

Blog do JL http://bloguedeletras.blogspot.com/2009/03/nas-bancas.html

Luis Neves

 
domingo, março 15, 2009
  Acossado, Ralph
Argumentou com pouca convicção que o deixariam em paz, e talvez o considerassem até fora--da-lei. Mas depois o conhecimento irracional impunha-se de novo....
Aqueles selvagens pintados iriam cada vez mais longe. Depois havia aquela ligação indefinível entre ele e Jack que, portanto, nunca o deixaria em paz, nunca.
Deteve-se, pintalgado pelos raios de sol, levantando um ramo preparado para se agachar debaixo dele. Um espasmo de terror deixou-o a tremer e fê-lo gritar alto.
«Não. Eles não podem ser assim tão maus. Foi um acidente.»
Capítulo 12, Grito dos Caçadores


O livro mostra a evolução de um grupo de jovens que ficam a viver sozinhos no isolamento de uma ilha, uma situação de extrema dificuldade e de grande privação. O grupo de jovens vai-se tornar num grupo em que a violência e a força são a única forma de ter o poder.
Gostei muito da escolha de leitura desta 1ª Quinzena de Março feita pelo Leitura Partilhada. Parabéns. É muito interessante acompanhar a conflitualidade entre os dois personagens principais (Ralph e Jack) e entre os elementos dos grupos.

Luis Neves

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sábado, março 14, 2009
  Acreditar - Simon
Onda atrás de onda, Ralph acompanhou a ascensão e queda até que algo da lonjura do mar lhe entorpeceu o cérebro. Depois, gradualmente, a dimensão quase infinita daquela água impôs-se à sua atenção. Ali ficava a divisória, a barreira. No outro lado da ilha, envolvido na miragem a meio do dia, defendido pelo escudo da lagoa tranquila, era possivel sonhar com a salvação; ali porém, frente a frente com a obtusidade bruta do oceano, ficava-se tolhido, impotente, condenado...
Simon falava-lhe quase ao ouvido. Ralph apercebeu-se que ambas as suas mãos agarravam firmemente a rocha, que tinha o corpo arqueado, os músculos rígidos no pescoço e a boca esforçadamente aberta.
- Hás-de voltar para o lugar de onde vieste.
Simon reforçava com um aceno de cabeça enquanto falava. Estava apoiado num joelho, olhando-o de cima de uma rocha mais elevada a que se segurava com ambas as mãos; a outra perna estava estendida até ao nível de Ralph.
Ralph ficou surpreendido e procurou algum indício no rosto de Simon.
- É tão vasto, percebes...
Simon anuiu com um gesto.
- Mesmo assim... De certeza que hás-de voltar. Pelo menos é o que eu penso.
Alguma da tensão aliviou-se do corpo de Ralph. Olhou de relance para o mar e depois sorriu amargamente para Simon.
- Tens algum navio no bolso?
Simon retribuiu o sorriso e abanou a cabeça.
- Então como é que sabes?
Ainda Simon não replicara quando Ralph acrescentou de chofre:
- És pateta.
Simon abanou violentamente a cabeça até o espesso cabelo negro lhe varrer a face.
- Não sou nada. Simplesmente acredito que vais voltar.
Por um momento não trocaram mais palavras. Depois, subitamente, sorriram um para o outro.

Capitúlo 7, Sombras e Árvores altaneiras

Luis Neves

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  «-É como nos livros!»
(retirado de O Deus das Moscas, William Golding, p. 46)



quem me conhece, estranha: costumo ler muito rapidamente. o meu record é ler 10 livros (ficção) numa mesma semana. leitura fulminante, fome de palavras - devorar. não por opção... talvez por falta de capacidade de ler de outra forma. fome seguida de uma ligeira dor de barriga, noite de sono, novo dia e repetição do processo.


idade ou excesso de actividade recente tê-me feito inovar. leio muito lentamente, e com intervalos imensos. um capítulo de cada vez, se tanto. finalmente consigo ler palavra a palavra, parar nas pequenas frases. eu, que sempre me encantei com as frases simples, a síntese e a clareza, maravilho-me. deve haver livros que não combinam bem com esta lentidão - já li livros em vertígem, num prazer imenso. mas este parece aguentar a atenção ao detalhe.

há livros mais poéticos que outros, traduções mais felizes que outras. este, para já, está a aguentar-se bem.
e tu, como o lês?
belém

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sexta-feira, março 13, 2009
  Cérebro - Piggy
Ralph voltou para o seu lugar de chefe.... Normalmente, o lado inferior da abóbada verde era iluminado por um entrançado de reflexos doirados, os rostos deles ficavam iluminados de baixo para cima - como quando se segura uma lanterna eléctrica nas mãos, pensou Ralph. Agora, porém, o sol estava a declinar por um dos lados, pelo que as sombras se apresentavam como seria de esperar.
Voltou a cair num estado misterioso de especulação que lhe era tão estranho. Se os rostos eram diferentes quando iluminados por cima ou por baixo, o que era um rosto? O que eram as coisas?
Ralph mexeu-se impaciente. O problema era que quando se é chefe tem de se pensar, tem de se ser sensato. E as ocasiões esgotavam-se, pelo que tinham de se tomar decisões. Isto fazia pensar; pois o pensamento era uma coisa preciosa que proporcionava resultados...
Só que, concluiu Ralph enquanto encarava o lugar de chefe, ele não sabia pensar. Não como Piggy.
Mais uma vez nessa tarde, Ralph teve de reajustar os seus valores. Piggy sabia pensar. Sabia progredir passo a passo no interior daquela cabeça gorda, só que Piggy não era chefe. Piggy, porém, apesar daquele corpo grotesco, tinha cérebro. Agora Ralph era especialista em pensamento e sabia reconhecê-lo nos outros.
Capítulo 5, O Monstro da Água


Semana Internacional do Cérebro
Edição de 2009
16 - 22 de Março
Ver programa

video "Actividade cerebral" , do canal online Ciência Viva TV , Tretas e Lérias - Cérebro

imagem do livro electrónico "Neurociências, ciência

do cérebro" Free download of the portuguese version.

“O Homem deve saber que é no cérebro, e somente do cérebro, que
se cria o nosso prazer, alegria, gargalhadas e brincadeiras, tal como os
desgostos, dores, preocupações e medos.
Através dele, em particular, pensamos, vemos,
ouvimos e distinguimos o feio do belo, o bom do mal,
o agradável do desagradável”
Hipócrates- Século V A.C.

Luis Neves

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quinta-feira, março 12, 2009
 
depois de eleito um chefe (momento estupendo) e dos primeiros desgostos de Piggy (já nos revemos nele, ou não) a primeira missão. ainda o encantamento da perfeição do lugar - ainda que desolada, assustadora, em paralelo com o assomar do poder:


-Tudo isto é nosso.
(...)

Olhos a brilhar, bocas abertas, triunfantes, eles saboreavam a posse daquele domínio. Estavam eufóricos: eram amigos.
(...)

Ralph abriu os braços.
- É tudo nosso.
Riram-se, rebolaram e gritaram na montanha.

uma pausa para o prazer e euforia antes da compreensão das dificuldades. Belo, este primeiro capítulo: são todos amigos, a ilha é paradisíaca, e nem tratar mal o Piggy é ainda uma verdadeira maldade...
belém

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terça-feira, março 10, 2009
  Como escolher um líder (chefe) ...
Jack interveio.
- Temos que tomar decisões sobre como podemos ser salvos.
Ouviu-se um burburinho. Um dos rapazes mais pequenos, Henry, disse que queria ir para casa.
- Cala a boca! exclamou Ralph, absorto. Ergueu o búzio. - Acho que devíamos ter um chefe para decidir coisas.
- Um chefe! Um chefe!
- O chefe devo ser eu - afirmou Jack com pura arrogância - , porque sou corista de capítulo e chefe de grupo. Sei cantar em Dó sustenido.
Mais um burburinho
- Muito bem - disse Jack. - Eu...
Vacilou. O rapaz sombrio , Roger , deu finalmente sinal de vida e falou.
- Vamos votar.
- Sim!
- Votar num chefe!
- Vamos votar...
Esta brincadeira da votação era quase tão divertida como o búzio. Jack começou a protestar, mas o clamor evoluiu do desejo generalizado de um chefe para uma escolha por aclamação do próprio Ralph. Nenhum dos rapazes saberia justificar claramente essa preferência; o que de mais inteligente fora dito viera de Piggy, ao passo que o líder mais óbvio era Jack. Mas havia uma serenidade em Ralph, enquanto se sentava, que o distinguia: a estatura dele, a aparência atraente e, razão mais obscura, mas poderosa, a posse do búzio. O ser que soprava aquilo, que esperara por eles sentado na plataforma com o delicado objecto apoiado nos joelhos, era um caso à parte.
- O que tem o búzio!
- Ralph! Ralph!
- O que tem a coisa que parece uma trombeta pode ser o chefe.

Ralph ergeu uma mão a pedir silêncio.
- Ora bem. Quem é que quer o Jack para chefe?
Com uma obediência monocórdica, os do coro levantaram as mãos.
- Quem me quer a mim?
Todas as mãos dos que não pertenciam ao coro, com excepção da de Piggy, se levantaram imediatamente. Então, também Piggy ergueu ressentidamente a sua mão no ar.
Ralph contou.
- Então sou eu o chefe.
O círculo de rapazes irrompeu em aplausos. Até mesmo o coro aplaudiu e as sardas do rosto de Jack desvaneceram-se sob um rubor mortificado. Levantou-se, depois modou de ideias e voltou a sentar-se enquanto havia trepidação no ar. Ralph observou-o, desejoso de oferecer algo.
- Claro que o coro te pertence.
- Podiam ser o exército...
- Ou caçadores...

Como este ano também vamos ter que escolher vários líderes e chefes no nosso País, resolvi deixar aqui a forma como este grupo de rapazes isolados numa ilha deserta escolheu o seu chefe. Para ver se encontram algumas diferenças.

Luis Neves

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«Estamos numa ilha. Pelo menos parece uma ilha. Acho que é um recife no meio do mar. Se calhar não estão cá nenhuns adultos. (...) Não estão cá mesmo adultos nenhuns? (...) Não há adultos!»

(salientados meus)


em paralelo desenrolam-se duas descrições de paraíso: por um lado a liberdade pura na ausência de adultos, por outro a beleza intocada da ilha, a areia branca, o recife de coral, a água verde e azul antes do recife, azul escura depois. talvez seja a cicatriz deixada na selva pelo avião descontrolado que nos prometa alguma realidade sobreposta a este cenário perfeito. e a realidade, sabemo-lo, não tende para o belo, não...


belém

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segunda-feira, março 09, 2009
  (também) a primeira frase
admiradora incondicional de primeiras frases, e leitora exigente assumida, deixo-me levar pela primeira frase, pelo seu poder cinematográfico, mas sem o delírio das frases poderosas. o romance começa lento, sem querer revelar demasiado, preparando-nos. e no início, como nas paixões não anunciadas, não sabemos muito bem ao que vamos.

mas o ritmo, que começa lento e misterioso, rapidamente acelera...



belém

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domingo, março 08, 2009
  Os putos
Logo nas primeiras páginas vamos encontrando o maior paradigma da infância: inocência e crueldade, de mãos dadas, passo a passo.
Não. Não falo de Jack, mas de Ralph, que sabendo dos sentimentos do nosso bondoso Piggy, optou pela singela crueldade da infância. Adivinha-se que não saberemos o verdadeiro nome de Piggy e custa-me tanto continuar a chamá-lo assim.
cristina_pt

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azuki
 
sábado, março 07, 2009
  O princípio do fim
Já deverão ter reparado que não resisto a uma primeira avaliação, da primeira frase, do primeiro capítulo. Que posso dizer? Sou dada a primeiras impressões. Mas, não se preocupem pois, como nas pessoas, não me limito a estas.


1º parágrafo do primeiro capítulo
Contras:
Edição Vega... ainda não comecei e já noto que não gosto, particularmente da tradução. Bucha?! Bucha?! Ora não perceberam (imagino que terão lido o livro, mas posso estar enganada) que a utilização do termo "piggy", que em português seria traduzido para "porquinho" é deveras importante?
Prós:
Que primeiro parágrafo! Golding oferece-nos um assalto aos sentidos...a todos os sentidos.





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quinta-feira, março 05, 2009
  Melhores escritores britânicos desde 1945
O jornal britânico “Times” compôs uma lista dos 50 melhores escritores britânicos do pós-guerra. As escolhas foram feitas de acordo com alguns factores primordiais: a qualidade de escrita, a longevidade do percurso literário dos autores, o impacto que as obras tiveram e, “naturalmente, o seu sucesso comercial”. Foram considerados romancistas, poetas e autores de obras não ficcionais. Todos os trabalhos sedimentados na sua expressão oral foram deixados de parte, e com eles dramaturgos como Harold Pinter ou músicos como John Lennon.

O primeiro nome é o de Philip Larkin, um homem considerado como sendo “não muito simpático”, mas cuja reputação é a de um “génio moderno” da literatura inglesa, um poeta que afirmava que se o consideravam um bom escritor era porque “quase todos os outros eram maus”. “Janelas Altas” e “Uma Rapariga no Inverno” são dois dos seus livros editados em Portugal.

George Orwell é o segundo nome da lista, autor de obras como “1984” e “O Triunfo dos Porcos”. Teve de aceitar vários trabalhos menores na sua passagem por Londres (1927) e Paris (1929) para concretizar a ambição de ser escritor. “Na penúria em Paris e em Londres” é um relato devastador dessas experiências.

Segue em terceiro lugar William Golding, autor de “O Deus das Moscas” e “O Pináculo”, reconhecido pela sua capacidade de “habitar por completo a voz de um narrador difícil”, formal na sua expressão mas propulsora de vertigens no leitor através da acção que relata.

A lista do “Times” é extensa e explicativa das particularidades de cada autor. Outros nomes que nela figuram são Ted Hughes, Doris Lessing (vencedora do prémio Nobel 2007), J. R. R. Tolkien, J. G. Ballard e Julian Barnes.

in Jornal Público (Ipsilon)
 
quarta-feira, março 04, 2009
 
"his novels which,
with the perspicuity of realistic narrative art
and the diversity and universality of myth,
illuminate the human condition in the world of today"


assim o comité do prémio nobel definiu William Golding. eu digo que não é pouco, bem pelo contrário, é notável tal feito de iluminar condição humana nos dias de hoje. expectativas elevadíssimas, portanto, o que não é muito bom, mas o autor e o leitor terão de viver com elas, como sempre.


belém

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terça-feira, março 03, 2009
  O título do romance remete para o significado hebraico de “Belzebu”
O título do romance remete para o significado hebraico de “Belzebu”, ou Satã. É a história de um punhado de rapazes retidos numa ilha depois de o seu avião ser abatido. Sem a supervisão adulta, oscilam entre a liderança do racional e compassivo Ralph e o carismático e visceral Jack. Aterrorizado, o grupo convence-se de que há um monstro na selva – e quando um deles percebe que a besta vive no íntimo de cada um é assassinado. Esgrimem-se clássicas antinomias filosóficas: bem comum e satisfação individual, civilização e barbárie, razão e paixão.

Como distopia, recapitula e ataca a
Utopia de Thomas Morus, também habitada por ilhéus (a ilha de Golding tem a forma de uma canoa, um antigo símbolo civilizacional). O Deus das Moscas, primeira obra do autor (1954), desmonta o conceito de bom selvagem, afirmando a luta hobbesiana de “todos contra todos”, assim como o ensaio de Freud sobre O Mal-Estar da Civilização.

Em 2005, a “Time” incluiu o romance entre os cem melhores de sempre, mas a recepção crítica foi controversa, desde um primeiro texto na “Atlantic Monthly”, que acusou Golding de escrever um típico “romance de tese”. Mesmo entre admiradores da obra, não há consenso sobre nada – nem sobre o próprio género... O que, na minha opinião (sem esquecer a advertência de Borges sobre as alegorias), é o indício supremo da vitalidade do livro. E o tema da saga não podia ser mais sugestivo: a perda da inocência e a tomada de consciência das trevas da natureza humana. Simplesmente indispensável.

Paulo Nogueira, Jornal Expresso (Cartaz)
 
segunda-feira, março 02, 2009
  O Deus das Moscas, de William Golding
foto daqui
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder.

“O Deus das Moscas”, de William Golding, Dom Quixote, 2008, trad. de Manuel Marques, 258 págs.
 
domingo, março 01, 2009
  O Autor

"Romancista, poeta e dramaturgo, William Golding (1911-1993) obteve um grande êxito com o seu primeiro romance, O Senhor das Moscas. Nas suas obras, com um estilo plano e asséptico, mostra uma concepção pessimista da natureza humana, dominada pela violência, pelo medo e pela ânsia de poder. Os Herdeiros, Queda Livre, A Pirâmide, A Escuridão Visível ou A Duas Vozes são alegorias moralizantes da sociedade e do ser humano."
Fonte: Diário de Notícias


Foi Prémio Nobel em 1983.
Destaco ainda a trilogia que viria a ser galardoada com o Booker Prize: Ritos de Passagem (Rites of Passage), Confinados (Close Quarters), Fogo no Porão (Fire Down Below).
cristina_pt

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O QUE ESTAMOS A LER

(este blogue está temporariamente inactivo)

PROXIMAS LEITURAS

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LEITURAS NO ARQUIVO

"ULISSES", de James Joyce (17 de Julho de 2003 a 7 de Fevereiro de 2004)

"OS PAPEIS DE K.", de Manuel António Pina (1 a 3 de Outubro de 2003)

"AS ONDAS", de Virginia Woolf (13 a 20 de Outubro de 2003)

"AS HORAS", de Michael Cunningham (27 a 30 de Outubro de 2003)

"A CIDADE E AS SERRAS", de Eça de Queirós (30 de Outubro a 2 de Novembro de 2003)

"OBRA POÉTICA", de Ferreira Gullar (10 a 12 de Novembro de 2003)

"A VOLTA NO PARAFUSO", de Henry James (13 a 16 de Novembro de 2003)

"DESGRAÇA", de J. M. Coetzee (24 a 27 de Novembro de 2003)

"PEQUENO TRATADO SOBRE AS ILUSÕES", de Paulinho Assunção (22 a 28 de Dezembro de 2003)

"O SOM E A FÚRIA", de William Faulkner (8 a 29 de Fevereiro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. I - Do lado de Swann)", de Marcel Proust (1 a 31 de Março de 2004)

"O COMPLEXO DE PORTNOY", de Philip Roth (1 a 15 de Abril de 2004)

"O TEATRO DE SABBATH", de Philip Roth (16 a 22 de Abril de 2004)

"A MANCHA HUMANA", de Philip Roth (23 de Abril a 1 de Maio de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. II - À Sombra das Raparigas em Flor)", de Marcel Proust (1 a 31 de Maio de 2004)

"A MULHER DE TRINTA ANOS", de Honoré de Balzac (1 a 15 de Junho de 2004)

"A QUEDA DUM ANJO", de Camilo Castelo Branco (19 a 30 de Junho de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. III - O Lado de Guermantes)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2004)

"O LEITOR", de Bernhard Schlink (1 a 31 de Agosto de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. IV - Sodoma e Gomorra)", de Marcel Proust (1 a 30 de Setembro de 2004)

"UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES" e outros, de Clarice Lispector (1 a 31 de Outubro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. V - A Prisioneira)", de Marcel Proust (1 a 30 de Novembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", de José Saramago (1 a 21 de Dezembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ", de José Saramago (21 a 31 de Dezembro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VI - A Fugitiva)", de Marcel Proust (1 a 31 de Janeiro de 2005)

"A CRIAÇÃO DO MUNDO", de Miguel Torga (1 de Fevereiro a 31 de Março de 2005)

"A GRANDE ARTE", de Rubem Fonseca (1 a 30 de Abril de 2005)

"D. QUIXOTE DE LA MANCHA", de Miguel de Cervantes (de 1 de Maio a 30 de Junho de 2005)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VII - O Tempo Reencontrado)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2005)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2005)

UMA SELECÇÃO DE CONTOS LP (1 a 3O de Setembro de 2005)

"À ESPERA NO CENTEIO", de JD Salinger (1 a 31 de Outubro de 2005)(link)

"NOVE CONTOS", de JD Salinger (21 a 29 de Outubro de 2005)(link)

Van Gogh, o suicidado da sociedade; Heliogabalo ou o Anarquista Coroado; Tarahumaras; O Teatro e o seu Duplo, de Antonin Artaud (1 a 30 de Novembro de 2005)

"A SELVA", de Ferreira de Castro (1 a 31 de Dezembro de 2005)

"RICARDO III" e "HAMLET", de William Shakespeare (1 a 31 de Janeiro de 2006)

"SE NUMA NOITE DE INVERNO UM VIAJANTE" e "PALOMAR", de Italo Calvino (1 a 28 de Fevereiro de 2006)

"OTELO" e "MACBETH", de William Shakespeare (1 a 31 de Março de 2006)

"VALE ABRAÃO", de Agustina Bessa-Luis (1 a 30 de Abril de 2006)

"O REI LEAR" e "TEMPESTADE", de William Shakespeare (1 a 31 de Maio de 2006)

"MEMÓRIAS DE ADRIANO", de Marguerite Yourcenar (1 a 30 de Junho de 2006)

"ILÍADA", de Homero (1 a 31 de Julho de 2006)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2006)

POESIA DE ALBERTO CAEIRO (1 a 30 de Setembro de 2006)

"O ALEPH", de Jorge Luis Borges (1 a 31 de Outubro de 2006) (link)

POESIA DE ÁLVARO DE CAMPOS (1 a 30 de Novembro de 2006)

"DOM CASMURRO", de Machado de Assis (1 a 31 de Dezembro de 2006)(link)

POESIA DE RICARDO REIS E DE FERNANDO PESSOA (1 a 31 de Janeiro de 2007)

"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 28 de Fevereiro de 2007)

"O VERMELHO E O NEGRO" e "A CARTUXA DE PARMA", de Stendhal (1 a 31 de Março de 2007)

"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 30 de Abril de 2007)

"A RELÍQUIA", de Eça de Queirós (1 a 31 de Maio de 2007)

"CÂNDIDO", de Voltaire (1 a 30 de Junho de 2007)

"MOBY DICK", de Herman Melville (1 a 31 de Julho de 2007)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2007)

"PARAÍSO PERDIDO", de John Milton (1 a 30 de Setembro de 2007)

"AS FLORES DO MAL", de Charles Baudelaire (1 a 31 de Outubro de 2007)

"O NOME DA ROSA", de Umberto Eco (1 a 30 de Novembro de 2007)

POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE (1 a 31 de Dezembro de 2007)

"MERIDIANO DE SANGUE", de Cormac McCarthy (1 a 31 de Janeiro de 2008)

"METAMORFOSES", de Ovídio (1 a 29 de Fevereiro de 2008)

POESIA DE AL BERTO (1 a 31 de Março de 2008)

"O MANUAL DOS INQUISIDORES", de António Lobo Antunes (1 a 30 de Abril de 2008)

SERMÕES DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA (1 a 31 de Maio de 2008)

"MAU TEMPO NO CANAL", de Vitorino Nemésio (1 a 30 de Junho de 2008)

"CHORA, TERRA BEM-AMADA", de Alan Paton (1 a 31 de Julho de 2008)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2008)

"MENSAGEM", de Fernando Pessoa (1 a 30 de Setembro de 2008)

"LAVOURA ARCAICA" e "UM COPO DE CÓLERA" de Raduan Nassar (1 a 31 de Outubro de 2008)

POESIA de Sophia de Mello Breyner Andresen (1 a 30 de Novembro de 2008)

"FOME", de Knut Hamsun (1 a 31 de Dezembro de 2008)

"DIÁRIO 1941-1943", de Etty Hillesum (1 a 31 de Janeiro de 2009)

"NA PATAGÓNIA", de Bruce Chatwin (1 a 28 de Fevereiro de 2009)

"O DEUS DAS MOSCAS", de William Golding (1 a 31 de Março de 2009)

"O CÉU É DOS VIOLENTOS", de Flannery O´Connor (1 a 15 de Abril de 2009)

"O NÓ DO PROBLEMA", de Graham Greene (16 a 30 de Abril de 2009)

"APARIÇÃO", de Vergílio Ferreira (1 a 31 de Maio de 2009)

"AS VINHAS DA IRA", de John Steinbeck (1 a 30 de Junho de 2009)

"DEBAIXO DO VULCÃO", de Malcolm Lowry (1 a 31 de Julho de 2009)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2009)

POEMAS E CONTOS, de Edgar Allan Poe (1 a 30 de Setembro de 2009)

"POR FAVOR, NÃO MATEM A COTOVIA", de Harper Lee (1 a 31 de Outubro de 2009)

"A ORIGEM DAS ESPÉCIES", de Charles Darwin (1 a 30 de Novembro de 2009)

Primeira Viagem Temática BLOOMSDAY 2004

Primeira Saí­da de Campo TORMES 2004

Primeira Tertúlia Casa de 3 2005

Segundo Aniversário LP

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