Leitura Partilhada
sábado, abril 17, 2004
  Portnoy´s Complaint
Peço imensa desculpa por estar atrasada, mas foi impossível deixar as minhas impressões na data devida.


“O único lugar para um judeu viver é entre judeus...”

“Éramos judeus – e não tínhamos vergonha de o dizer!... Éramos judeus – e éramos superiores!”

“Só Muito Bons na escola...mas na vida continua a ser tão ignorante como no dia em que nasceu.”

“Nunca me vais deixar, meu bebé, não vais deixar a mamã, pois não? Nunca, respondia eu, nunca, nunca...”

“Porque o que importava, doutor, não era ser-se o melhor central do mundo, mas apenas saber exactamente, até ao mais ínfimo pormenor, como é que um central devia comportar-se....Porque é que não posso viver agora como vivia para os Seabees lá no campo de jogos! Oh, ser um central, um central e nada mais!”

“Para que servem, no fundo – pergunto eu – todas essas regras e proibições dietéticas, senão para nos dar a nós, criancinhas judias, o hábito da repressão? ...A inibição não cai assim do céu, sabe – requer paciência, requer concentração, requer um pai ou mãe dedicados e cheios de espírito de sacrifício e uma criancinha esforçada e atenta para criar, no espaço de poucos anos, um ser humano verdadeiramente tolhido e servil...A vida é feita de limites e restrições, centenas de milhares de regrazinhas estipuladas por Alguém que não é Ninguém, regras a que temos de obedecer sem hesitar, por muito idiotas que nos pareçam...ou que transgredimos porque mesmo uma criança não gosta de andar por aí a sentir-se um perfeito anormal e um idiota...Autodomínio, temperança, sanções – eis a chave da vida humana, dizem todas essas inúmeras leis dietéticas.”

“Será realmente possível que eu tenha detestado tanto esta infância e alimentado contra os meus pobres pais um ressentimento tão grande como o que agora pareço ter, olhando para trás, para aquilo que fui, do alto daquilo que agora sou – e não sou?”

“Será que sinto realmente esta turbulência, esta excitação, como uma doença – ou como uma proeza? Ambas as coisas? É possível. Ou será apenas uma forma de evasão?”

“Quando acabará isto? E, já agora, porque é que há-de acabar? Para contentar pai e mãe? Para me conformar à norma?...E então, qual é o crime? A liberdade sexual? Nos tempos que correm?...Talvez me corra nas veias o sangue da boémia – mas isso é assim tão terrível? Quem é que eu prejudico com os meus desejos?...Mas porque é que eu hei-de ter de me explicar? De me desculpar?...Tenho desejos, portanto – só que são infinitos. Infinitos!”

“Acabo sempre por não conseguir dar o tal passo do casamento. Mas porque havia de o fazer?

“Estou marcado da cabeça aos pés pelas minhas repressões, como um autêntico mapa das estradas. As auto-estradas da vergonha, da inibição e do medo atravessam-me o corpo todo.”

“...que boa parte da vida é sacrifício e autodomínio é um facto que nem mesmo um tarado sexual pode permitir-se ignorar.”

“Mas o doutor não vê que o meu juízo perfeito é apenas outra maneira de dizer os meus medos! O meu juízo perfeito é simplesmente essa herança de terror que trago comigo do meu passado ridículo!”

“...a autoflagelação comigo anda sempre por perto....”

“Ainda continuo a lutar com a minha família!...porque é que hoje vivo sózinho e não tenho filhos?...Não faz sentido! Ora pense nisto, já a corrida vai a meio e eu continuo aqui na linha de partida...e continuo a discutir com as autoridades as regras e os regulamentos! a discordar do percurso da corrida! A pôr em causa a legitimidade dos organizadores da prova! Sim, mãe, tens toda a razão para me chamares”Azedo”!

“Oh, por amor de Deus, eu sou o rapazinho judeu mais excelente que alguma vez existiu! Ora repare só nas fantasias, que doces e puras que elas são! Gratidão para com os meus pais, lealdade à minha tribo, dedicação à causa da
justiça!...Como é que me tornei um tamanho inimigo de mim próprio? E tão sozinho! Só eu, eu e mais nada! Prisioneiro dentro de mim!”

“Mas será isto a dor humana? Julguei que fosse uma coisa mais elevada! Sofrimento digno! Sofrimento com sentido...Nunca me passou pela cabeça que o meu destino se resumiria a tentar salvar da escravidão o meu pirilau e nada mais. LARGUEM-ME A PICHA! Aí tem a divisa do Alex Portnoy. Toda a história da minha vida condensada em três palavrões heróicos. Uma fantochada!”

“Sonhos? Se ao menos fossem sonhos! Mas eu não preciso de sonhos, doutor, por isso é que não os tenho – porque tenho esta vida em vez deles. Comigo passa-se tudo às claras O exagero e o melodrama são o meu pão de cada dia! As coincidências dos sonhos, os simbolos, as situações assustadoramente cómicas, as futilidades do mais estranho mau agoiro, os acidentes e humilhações, os golpes de sorte ou de azar bizarramente oportunos que as outras pessoas vivem de olhos fechados, acontecem-me a mim de olhos abertos!”

“Porquê, porque é que não posso ter um bocadinho de prazer sem a sombra do castigo a perseguir-me e a tolher-me? Animal? Quem, eu? E de repente a coisa torna a acontecer, vejo-me empalado num passado muito antigo, no que foi, no que nunca há-de ser!...A minha infância interminável! De que eu não abro mão – ou que não abre mão de mim! Que é o meu problema!”

“Dá-me vontade de gritar, esta desproporção absurda de culpa! Posso, doutor?...Porque talvez seja isso que mais falta me faz, berrar.”



Em relação ao título, gostava de salientar que prefiro o conceito de “Complaint” – dor , do que Complexo, porque sinto que o livro é, de facto, uma poderosa lamentação.
Sob a máscara de uma sexualidade obsessiva, surgem diante de nós os aspectos mais relevantes da vida desde a infância até à idade adulta, as relações familiares, as dificuldades da educação, a descoberta do eu, a afirmação pessoal, as escolhas e os caminhos, as portas fechadas.
O eterno problema do conflito de gerações e a tomada de consciência de uma identidade racial têm , neste livro, um papel fulcral e determinam toda a condição de um ser humano na sua evolução como ente pensante e participativo.
O sexo nesta narrativa é uma fachada.


Troti

 

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