Leitura Partilhada
segunda-feira, novembro 21, 2005
 
Porque o alienado também é um homem que a sociedade não quis ouvir e quis impedir de formular verdades insuportáveis. (Pag. 10 - fiquei tão contente por poder participar com a mesma edição!)

"Um pássaro na gaiola durante a primavera sabe muito bem que existe algo em que ele pode ser bom, sente muito bem que há algo a fazer, mas não pode fazê-lo. O que será? Ele não se lembra muito bem. Tem então vagas lembranças e diz para si mesmo: "Os outros fazem seus ninhos, têm seus filhotes e criam a ninhada", e então bate com a cabeça nas grades da gaiola. E a gaiola continua ali, e o pássaro fica louco de dor.
"Vejam que vagabundo", diz um outro pássaro que passa, "esse aí é um tipo de aposentado". No entanto, o prisioneiro vive, e não morre, nada exteriormente revela o que se passa em seu íntimo, ele está bem, está mais ou menos feliz sob os raios de sol. Mas vem a época da migração. Acesso de melancolia - "mas" dizem as crianças que o criam na gaiola, "afinal ele tem tudo o que precisa". E ele olha lá fora o céu cheio, carregado de tempestade, e sente em si a revolta contra a fatalidade. "Estou preso, estou preso e não me falta nada, imbecis. Tenho tudo o que preciso. Ah! por bondade, liberdade! ser um pássaro como outros."
Aquele homem vagabundo assemelha-se a este pássaro vagabundo...
E os homens ficam freqüentemente impossibilitados de fazer algo, prisioneiros de não sei que prisão horrível, muito horrível.
Há, também, eu sei, a libertação, a libertação tardia. Uma reputação arruinada com ou sem razão, a penúria, a fatalidade das circunstâncias, o infortúnio, fazem prisioneiros.
Nem sempre sabemos dizer o que é que nos encerra, o que é que nos cerca, o que é que parece nos enterrar, mas no entanto sentimos não sei que barras, que grades, que muros.
Será tudo isto imaginação, fantasia
? Não creio; e então nos perguntamos: meu Deus, será por muito tempo, será para sempre, será para a eternidade?
Você sabe o que faz desaparecer a prisão. É toda afeição séria, profunda. Ser amigos, ser imãos, amar, isto abre a porta da prisão por poder soberano, como um encanto muito poderoso. Mas aquele que não tem isto permanece na morte.
Mas onde renasce a simpatia, renasce a vida.
Além disso, às vezes a prisão se chama preconceito, mal-entendido, ignorância, falta disto ou daquilo, desconfiança, falsa vergonha."
Van Gogh em carta para Théo (Julho de 1880)

Tem-se aqui o Van Gogh preso pelas convenções, com vontade de ser útil, em busca de comunhão com seu irmão. Um Vincent querendo se libertar, alçar seus vôos de corvo.

"Quanto a nós, é preciso cuidar para não ficarmos doentes, pois, se adoecêssemos, estaríamos mais isolados, por exemplo, que o pobre zelador que acaba de morrer; estas pessoas têm um ambiente e vêem o vaivém doméstico e vivem na ignorância. Mas nós estamos aí, sós com os nossos pensamentos, e às vezes gostaríamos de ser ignorantes. Dado o físico que temos, precisamos viver com os companheiros.
(...)
Sabe que eu acho que uma associação de impressionistas seria um negócio no gênero da associação dos doze pré-rafaelitas ingleses, e acho que ela poderia nascer. E que então sou levado a crer que os artistas garantiriam reciprocamente sua própria existência, independentemente dos marchands, resignando-se cada um a doar um número considerável de quadros à sociedade, e os lucros assim como as perdas sendo comuns.
Não acredito que esta sociedade durasse indefinidamente, mas creio que enquanto ela estivesse viva, viveríamos com mais ânimo e produziríamos.
Prefiro as coisas tais como são, tomá-las como são sem mudar nada, a reformá-las pela metade.
A grande revolução: a arte aos artistas, meu Deus, talvez seja uma utopia e então tanto pior.
Acho que a vida é curta e passa tão rápido; ora, sendo pintor é preciso portanto pintar".
(6 de junho de 1888)

Vincent buscou sempre essa comunhão que o faria libertar-se da jaula, fosse com o irmão, com Gauguin, com a tão sonhada associação de pintores.

"Tinha razão, Van Gogh, podemos viver para o infinito, satisfazer-nos apenas com o infinito, na terra e nas esferas há infinito bastante para saciar mil grandes gênios, e se Van Gogh não pôde satisfazer o seu desejo, que era irradiá-lo durante toda a vida, foi porque a sociedade lho proibiu.
Redonda e conscientemente proibiu.
(...)
Porque não foi à força de procurar o infinito que Van Gogh morreu, se viu obrigado a sufocar de miséria e asfixia, foi à força de ver que ele lhe era recusado pela turba de quantos acreditavam, mesmo na altura em que foi vivo, que podiam contra ele e o infinito". (Pag.51)

Ou como cantou Don McLean:
Starry starry night,
paint your palette blue and grey
Look out on a summers day
with eyes that know the darkness in my soul
Shadows on the hills
sketch the trees and the daffodills
Catch the breeze and the winter chills
in colors on the snowy linen land

Now I understand
What you tried to say to me
And how you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen
They did not know how
Perhaps they'll listen now

Starry Starry Night,
Flaming flowers that brightly blaze
Swirling clouds in violet haze
reflect in Vincents eyes of china blue.
Colors changing hue.
Morning fields of amber grain,
Weathered faces lined in pain
are soothed beneath the artists loving hand

For they could not love you,
but still your love was true
and when no hope was left in sight
on that Starry,Starry night
you took your life as lovers often do.
But I could've told you Vincent,
this world was never meant for one as beautiful as you

Starry ,Starry Night,
Portraits hung in empty halls.
Frameless heads on nameless walls,
with eyes that watch the world and cant forget.
Like the strangers that you've met.
The ragged men in ragged clothes.
The silver thorn of bloody rose
lie crushed and broken on the virgin snow

Now I think I know
what you tried to say to me
And how you suffered for your sanity
And how you tried to set them free
They would not listen.
They're not listening still
perhaps they never will.

Gabriel

 

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