Leitura Partilhada
sexta-feira, agosto 28, 2009
 
Ulisses passeando na brisa da tarde






O que originou levar para férias um pesado livro, intitulado Ulisses, considerado o romance mais bem conseguido do século vinte?

O ter já adiantado a leitura, estando a iniciar o capítulo 14, página 420 de um total de 843 que a edição Livros do Brasil, Colecção Dois Mundos, Lisboa, 2001 alberga. A oportunidade de sair por alguns dias da rotina de leituras obrigatórias a saber: as biografias de três reis portugueses do século XVII, os manuscritos relativos à Academia dos Generosos e outras leituras decorrentes do exercício da profissão. A vontade de arrumar de vez com a sensação de que falta qualquer coisa.


Em que lugar se procedeu à leitura?

Junto da piscina de um qualquer aparthotel do sotavento algarvio, entre os dias 16 e 23 de Agosto de 2009, durante a tarde, tendo-se a mesma por vezes estendido pela noite dentro, de acordo com a necessidade de amarrar as pontas de uma ideia que o enredo ia oferecendo.

Que sensações despertou o próprio acto de leitura?

Curiosidade, surpresa, encantamento, cansaço, sonolência, distanciamento, proximidade, afecto.

Que circunstâncias envolveram a leitura?

As crianças na piscina, as palavras estrangeiras, a música no bar, a brisa. A sensação boa e refrescante dos banhos de mar. Um sol de fim de tarde que fez lembrar outros títulos de obras, ou frases bíblicas, como essa que está no topo do post e que originalmente é assim: um deus passeando na brisa da tarde.


É o Algarve uma Ítaca?

Sim e não. Sim, porque as pessoas que descem até lá/cá, deixaram a sua residência à procura do que se chama umas férias bem merecidas e umas férias bem merecidas sempre são um lugar de pertença. Que esse lugar tenha coordenadas geográficas do Algarve sem que seja possível tirar fotografias, pouco importa. Não, porque é pouco provável que Ítaca consiga albergar tanta gente sem se descaracterizar, sem perder quase toda alguma magia. Por exemplo, Penélope muda-se para a serra para poder tecer em paz e Telémaco distrai-se com a sua mota de água, pois nem um nem outro acreditam que Ulisses se resolva a aparecer.

E por que razão fizeste a pergunta anterior?

A pergunta anterior, à semelhança de todas as outras, incluindo esta, pretende reproduzir aqui o protótipo textual - considerando a tradução em causa - do extenso capítulo dezassete do já referido Ulisses de James Joyce, o qual, segundo a nota de rodapé, corresponde à chegada de Ulisses de Homero a Ítaca, ou seja, à chegada de Bloom a casa às duas da manhã do dia dezassete de Junho de 1904.

O que se pretende com este texto?

Primeiro, dar notícia da conclusão de uma leitura considerada difícil mas imprescindível para quem gosta de ler; segundo, partilhar um pedacinho minúsculo das impressões sobre a obra primeira do Leitura Partilhada; terceiro, lembrar que não estamos sozinhos quando nos aventuramos a descobrir aquele dia 16 de Junho de 1904, quero dizer, não estamos sozinhos perante Stephen e Bloom e Molly. O tradutor deixa muitas dicas que ajudam a mapear os capítulos. Mas um mapa é apenas um instrumento.

imagem: net

clarinda

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  “MEDEIA”, a partir de Eurípides, pel'AS BOAS RAPARIGAS
(Maria do Céu Ribeiro, "Medeia")

Foi-me difícil recuperar equilíbrio e normalizar batimentos cardíacos, após esta Medeia. Só apetece ficar ali, de boca aberta, olhos arregalados, o corpo colado à cadeira, qualquer coisa a doer por dentro. Cinco minutos de reverência nas cadeiras, por favor. Nós fazemos o que Eugénio nos manda, procuramos a maravilha, procuramos a maravilha, a maravilha está ali à nossa frente, permitam-nos gozá-la por momentos em silêncio.
***
Eu sabia tratar-se de personagem feminina impressionante, mas não imaginava que esta Medeia, que me deixou abalada consumida alucinada, me impedisse de adormecer até às 2h30. Tanto tentei encontrar neste caso clínico de mulher algo que convocasse a minha afectividade que o encontrei: o corpo em sofrimento de mãos enclavinhadas e pés nus, a expressão desvairada, o olhar assombrado de Maria do Céu Ribeiro.

Sophia recriou este texto à medida da nossa sensibilidade, tornando-o mais poético e perceptível aos espíritos modernos (no final, Carla Miranda (outra grande actriz) esteve a dizer-me que, durante a fase de preparação da peça, precisava por vezes de reler a tradução de Sophia, para se encontrar, para recuperar a humanidade, para se sentir mais próxima do texto em termos emocionais).

Mas nem a doçura da tradução de Sophia consegue mitigar a repulsa que Medeia nos provoca (no prefácio, pressenti em Frederico Lourenço uma enorme admiração mas também uma certa cerimónia, como que a dizer que há palavras e expressões que um helenista não utilizaria, até porque sabe que, por muito que desejemos ver na tragédia os nossos valores, há 2500 anos a separar-nos). Medeia não é uma mulher, é um caso clínico. Ela construiu uma família com base no erro e acabou por fazer algo que nenhuma mulher, por nenhuma razão, faria: não há mulher lúcida que mate os filhos com o intuito de castigar o pai dos mesmos.

Sílvia
Esta peça será reposta a partir de 18 de Setembro
 
terça-feira, agosto 18, 2009
  “As Bacantes”, de Eurípides
Um livro profundamente inquietante, onde o aspecto trágico parece residir na sucessão de equívocos de Penteu. A mensagem que nos fica: para que uma sociedade consiga resistir, torna-se necessário harmonizar as duas forças que residem no ser humano, razão e paixão. Entre a frieza da racionalidade e o descontrolo da emoção, quem somos nós?

Sílvia
 
sábado, agosto 15, 2009
  Outras Vozes (ii)
Marcel Aymé leitor de Eça?

Ocorre-me comparar o Teodoro de «O Mandarim» de Eça de Queiroz ao Dutilleul do conto «O Passa-Paredes» de Marcel Aymé. Ambas as personagens são caracterizadas como pequenos burocratas de repartições do Estado (o primeiro do Ministério do Reino e o segundo do Ministério dos Registos) e ambos têm por ocupação escrever cartas que começam invariavelmente, no caso de Teodoro, por: “Ilmo e Exmo Senhor – Tenho a honra de comunicar a V.Exa. … Tenho a honra de passar às mãos de V.Exa., …”, ou, no caso de Dutilleul: “Em referência à estimada carta de V.Exa de tantos do corrente e tendo presente a nossa troca de correspondência anterior, tenho o prazer de informar V.Exa …”. A ambos um acontecimento extra-normal vem alterar a certo momento os rumos das suas vidas insignificantes. Teodoro acha-se dono duma prodigiosa campainha que o tornará infinitamente rico, Dutilleul descobre uma extraordinária faculdade que lhe dá o dom de atravessar as paredes e de se tornar também, por sua vez, incomensuravelmente rico. Em ambos os contos, porém, a realidade romperá por fim as respectivas tramas do fantástico, levando Teodoro, na maior miséria, a exortar o leitor para não matar o Mandarim e a deixar Dutilleul preso para sempre na sua parede.

ams

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terça-feira, agosto 11, 2009
  Colapso”, de Jared Diamond

Sobre a minha recente estada na Ilha de Páscoa e a perplexidade que esta convoca

A Ilha permanecerá envolta em mistério (os esclavagistas e as doenças reduziram os nativos a apenas 111, no sec. XIX, de tal modo que talvez nunca se consiga vir a decifrar a antiga linguagem), mas parece-me bastante pertinente a versão de suicídio ecológico que Jared Diamond sustenta neste seu "Colapso" (ver A destreza das dúvidas).

Basta pensar num território de apenas 166 Km2 em total isolamento, no tempo e nos recursos alocados aos "moai" em detrimento das actividades tendentes à sobrevivência (em suma: gastavam, em vez de produzirem) e na forma de organização social (diferentes tribos que se guerreavam), para pensar que o mais provável seria a auto-destruição.

Sílvia

- a polémica em torno de Jared Diamond (aqui)
- um post de António Barreto (aqui)
- um post no Bafana Ciência (aqui)
 
sexta-feira, agosto 07, 2009
  "Cândido ou o Optimismo”, de Voltaire

Diz-se que Voltaire foi transformando a sua disposição ao longo da vida; por mim, estou convicta de que um homem que produziu tanto, que incansavelmente se empenhou a tentar iluminar as mentes dos seus semelhantes, só poderia estar insuflado de optimismo. Aquele que chegou a ser o maior vulto do Iluminismo europeu, tinha (tal como os demais pensadores da época) uma fé inabalável na razão humana, encarando o conhecimento e a racionalidade como geradores do progresso social: o povo, profundamente ignorante, necessitava de ser “iluminado”. Essa ignorância traduzia-se na miséria, no fanatismo e na intolerância, nas crenças e nas superstições, na aceitação mansa da pobreza, da injustiça e do imobilismo social. A “luz” viria com o exercício da razão e a transmissão do saber.

Voltaire considera que, perante um mundo de tamanhos desequilíbrios, dizer que “tudo está bem” é uma brincadeira de mau gosto, o que não o impede, contudo, de confiar na capacidade do Homem em construir um futuro melhor:

Un jour tout sera bien, voilà notre espérance;Tout est bien aujourd'hui, voilà l'illusion.(excerto do Poème sur le désastre de Lisbonne, de Voltaire)

Existia na Vestefália, no castelo do senhor barão Thunder-ten-tronckh, um jovem dotado pela natureza com os sentimentos mais suaves. A sua fisionomia retratava a sua alma. Possuía o raciocínio justo e o espírito simples; era decerto por essa razão, penso eu, que lhe chamavam Cândido.

Cândido foi submetido a inúmeras provações, aconteceram-lhe as piores atrocidades (o livro chega a ser grotesco) e, no entanto, não deixava de acreditar que “tudo ia pelo melhor”. Mas Cândido era do mais cândido que há e tanta ingenuidade atinge as raias da bacoquice: estava-se mesmo a ver que ele, que não punha ninguém em causa, iria ser burlado, enganado, sacrificado (tamanha boa-fé assemelha-se a preguiça mental pois, dos percalços da existência, há que saber retirar os devidos ensinamentos - é muito fácil atribuir ao azar os nossos erros de estratégia).

Contudo, e acima de todas estas considerações, acredito que o optimismo é um motor, uma força interior que impele à realização, que nos torna mais felizes, mais motivados, mais atentos e mais abertos ao mundo e é, por isso, a mais poderosa arma contra o infortúnio. No capítulo da vontade, há teorias que se baseiam na neuroplasticidade do cérebro para defender que estaremos a aumentar a potencialidade de sermos felizes se investirmos nas emoções positivas, atribuindo, em simultâneo, menos importância à negatividade (aumentando/reduzindo, assim, a actividade cerebral que lhes está associada). “Cândido” termina da melhor forma possível, com aquele que é um dos grandes contributos para uma existência baseada na positividade:

O trabalho liberta-nos de três calamidades: o aborrecimento, o vício e a necessidade.

Sílvia
 
quinta-feira, agosto 06, 2009
  Outras Vozes (i)




"A viagem começa numa biblioteca. Ou numa livraria. Misteriosamente, ali prossegue, na claridade de razões antes recalcadas no corpo. Assim, antes do nomadismo deparamo-nos com o sedentarismo das estantes e das salas de leitura, ou mesmo dos lares onde se acumulam as obras, os atlas, os romances, os poemas, e todos os livros que, de uma forma ou de outra, contribuem para a formulação, realização, concretização da eleição de um destino. Todos os recantos de uma boa biblioteca conduzem ao mesmo sítio: o desejo de vislumbrar um animal extravagante ou colher uma planta exótica, a ambição de entrever uma borboleta rara, o anseio de descobrir um veio geológico numa mina, a vontade de caminhar sob um céu outrora assombrado por um poeta, tudo nos conduz a um ponto do globo cujo sinal cegamente guardamos." (Michel Onfray - Teoria da Viagem - Uma Poética da Geografia, Quetzal, p. 26)
Escolhi uma citação que contradiz em absoluto as minha práticas habituais de viagem. De facto, deliberadamente, nunca leio nada sobre os meus destinos de viagem, a não ser, por razões apenas pragmáticas, as informações essenciais sobre o espaço, o tempo e o modo de vencer as distâncias. Mais tarde, sei que reencontrarei esses destinos em leituras que, de súbito, com surpresa, me revelarão esses destinos e os apresentarão com novos cambiantes, novas dimensões. Diria que a viagem, tal como o amor (e já agora também como a leitura) resistem à ordem da programação. São mais da ordem da aventura que da necessidade da ordem. Diria que são propícias a que nos percamos. Tenho aliás algumas histórias interessantes sobre tais reencontros.

No caso do livro em epígrafe, há uma frase mais concordante com o que procuro dizer: "Os trajectos dos viajantes coincidem sempre, secretamente, com as procuras iniciáticas que colocam a identidade em jogo. Também aqui o viajante e o turista se distinguem radicalmente, opondo-se em definitivo" (p. 80).

Já me tem acontecido, porém, viajar em simultâneo nas aventuras do livro e da viagem, quando o destino, não escolhido, da leitura, acaba por coincidir com o destino da viagem. Acontece geralmente em portos de mar, o descobrir que os livros que levo, e que supostamente lhes são alheios, me fazem esta redundância de ler o que vivo, ou de viver o que leio, uma coisa assim!

ams

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segunda-feira, agosto 03, 2009
  literatura de viagens
Tenho o hábito de ir escolhendo leituras consonantes com as viagens que faço, convicta de que é muitas vezes a literatura que mais nos ensina sobre países e culturas. Não sendo particularmente adepta de literatura de viagem, procuro nas prateleiras da enorme massa da “literatura estrangeira” obras e autores com ligação ao meu destino. Já me aconteceu falhar redondamente o alvo, como quando perdi quatro magníficos dias em Barcelona ocupada com o entediante “A Sombra do Vento”; ou preparar meticulosamente, com as 1200 páginas do “Black Lamb and Grey Falcon” de Rebecca West, uma viagem à Croácia que acabou por se transformar, quatro dias antes da partida, num voo intercontinental para Cuba. Ainda tenho o “Italian Journey” de Goethe intocado na mesa-de-cabeceira, mas devorei cada página de “Bomarzo” de Manuel Mujica Láinez no regresso da minha primeira e tardia viagem a Itália.
Achei que não poderia falhar este ano: o meu destino tem um autor laureado, inédito nas minhas leituras. Comecei a ler Orhan Pamuk (neto do senhor “Algodão”, alcunha que passou a ser nome de família) com “O meu nome é vermelho”, espécie de opereta a várias vozes, com todos os ingredientes necessários: crime, paixão e pintura, com o espectro do inimigo, do “outro” (neste caso uma forma de representação alheia) a pairar como destino inevitável, como um véu de melancolia sobre o presente. Um livro onde são permanentemente convocadas outras histórias, mitos, a teia de uma cultura muito rica e antiga, mais antiga do que Istambul, do que Constantinopla, do que Bizâncio; são as histórias de Khosrow e Shirine, de Bîzad, de nomes que até há ouço nada me diziam.
Não sei se cheguei a aprender algo sobre a Turquia excepto o tanto que tenho ainda a aprender – e é também para isso que leio.
nastenka
 
 
aquela, além, é a nossa estrela






Se me perguntassem que livro aconselharia para férias, teria imensas dificuldades, mas com certeza este que estivemos a ler em Julho seria um dos indicados. Sim, já acabou o tempo dele, contudo, Agosto é o mês da leitura livre e Debaixo do Vulcão ainda me prende nos dois últimos capítulos. De tal forma me prende que continuo a referi-lo aqui, associando-o a uma das coisas que gosto mais de fazer, em tendo tempo: olhar o céu à noite e tentar adivinhar as constelações. E se há ocasião em que achamos ter tempo é nas férias.

Por isso, se estivermos no campo, à beira-mar, num jardim ou numa varanda, olhemos o céu. As estrelas que estão lá também nos olham, que mais é preciso para falar com o infinito?

O capítulo XI é majestoso no que a esta forma de falar diz respeito. É certo que Yvonne ingeriu mescal, equiparado por ela arame farpado; é certo que a procura pelo Cônsul, entretanto desaparecido, a levou por caminhos ínvios no bosque. Um espaço desconhecido e perigoso, mas extraordinário em liberdade e ilusão.
Vale a pena, para quem aguentou tanta bebida, chegar aqui. Leiam.

Boas férias!


imagem da net

clarinda
 

O QUE ESTAMOS A LER

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PROXIMAS LEITURAS

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LEITURAS NO ARQUIVO

"ULISSES", de James Joyce (17 de Julho de 2003 a 7 de Fevereiro de 2004)

"OS PAPEIS DE K.", de Manuel António Pina (1 a 3 de Outubro de 2003)

"AS ONDAS", de Virginia Woolf (13 a 20 de Outubro de 2003)

"AS HORAS", de Michael Cunningham (27 a 30 de Outubro de 2003)

"A CIDADE E AS SERRAS", de Eça de Queirós (30 de Outubro a 2 de Novembro de 2003)

"OBRA POÉTICA", de Ferreira Gullar (10 a 12 de Novembro de 2003)

"A VOLTA NO PARAFUSO", de Henry James (13 a 16 de Novembro de 2003)

"DESGRAÇA", de J. M. Coetzee (24 a 27 de Novembro de 2003)

"PEQUENO TRATADO SOBRE AS ILUSÕES", de Paulinho Assunção (22 a 28 de Dezembro de 2003)

"O SOM E A FÚRIA", de William Faulkner (8 a 29 de Fevereiro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. I - Do lado de Swann)", de Marcel Proust (1 a 31 de Março de 2004)

"O COMPLEXO DE PORTNOY", de Philip Roth (1 a 15 de Abril de 2004)

"O TEATRO DE SABBATH", de Philip Roth (16 a 22 de Abril de 2004)

"A MANCHA HUMANA", de Philip Roth (23 de Abril a 1 de Maio de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. II - À Sombra das Raparigas em Flor)", de Marcel Proust (1 a 31 de Maio de 2004)

"A MULHER DE TRINTA ANOS", de Honoré de Balzac (1 a 15 de Junho de 2004)

"A QUEDA DUM ANJO", de Camilo Castelo Branco (19 a 30 de Junho de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. III - O Lado de Guermantes)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2004)

"O LEITOR", de Bernhard Schlink (1 a 31 de Agosto de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. IV - Sodoma e Gomorra)", de Marcel Proust (1 a 30 de Setembro de 2004)

"UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES" e outros, de Clarice Lispector (1 a 31 de Outubro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. V - A Prisioneira)", de Marcel Proust (1 a 30 de Novembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", de José Saramago (1 a 21 de Dezembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ", de José Saramago (21 a 31 de Dezembro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VI - A Fugitiva)", de Marcel Proust (1 a 31 de Janeiro de 2005)

"A CRIAÇÃO DO MUNDO", de Miguel Torga (1 de Fevereiro a 31 de Março de 2005)

"A GRANDE ARTE", de Rubem Fonseca (1 a 30 de Abril de 2005)

"D. QUIXOTE DE LA MANCHA", de Miguel de Cervantes (de 1 de Maio a 30 de Junho de 2005)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VII - O Tempo Reencontrado)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2005)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2005)

UMA SELECÇÃO DE CONTOS LP (1 a 3O de Setembro de 2005)

"À ESPERA NO CENTEIO", de JD Salinger (1 a 31 de Outubro de 2005)(link)

"NOVE CONTOS", de JD Salinger (21 a 29 de Outubro de 2005)(link)

Van Gogh, o suicidado da sociedade; Heliogabalo ou o Anarquista Coroado; Tarahumaras; O Teatro e o seu Duplo, de Antonin Artaud (1 a 30 de Novembro de 2005)

"A SELVA", de Ferreira de Castro (1 a 31 de Dezembro de 2005)

"RICARDO III" e "HAMLET", de William Shakespeare (1 a 31 de Janeiro de 2006)

"SE NUMA NOITE DE INVERNO UM VIAJANTE" e "PALOMAR", de Italo Calvino (1 a 28 de Fevereiro de 2006)

"OTELO" e "MACBETH", de William Shakespeare (1 a 31 de Março de 2006)

"VALE ABRAÃO", de Agustina Bessa-Luis (1 a 30 de Abril de 2006)

"O REI LEAR" e "TEMPESTADE", de William Shakespeare (1 a 31 de Maio de 2006)

"MEMÓRIAS DE ADRIANO", de Marguerite Yourcenar (1 a 30 de Junho de 2006)

"ILÍADA", de Homero (1 a 31 de Julho de 2006)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2006)

POESIA DE ALBERTO CAEIRO (1 a 30 de Setembro de 2006)

"O ALEPH", de Jorge Luis Borges (1 a 31 de Outubro de 2006) (link)

POESIA DE ÁLVARO DE CAMPOS (1 a 30 de Novembro de 2006)

"DOM CASMURRO", de Machado de Assis (1 a 31 de Dezembro de 2006)(link)

POESIA DE RICARDO REIS E DE FERNANDO PESSOA (1 a 31 de Janeiro de 2007)

"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 28 de Fevereiro de 2007)

"O VERMELHO E O NEGRO" e "A CARTUXA DE PARMA", de Stendhal (1 a 31 de Março de 2007)

"OS MISERÁVEIS", de Victor Hugo (1 a 30 de Abril de 2007)

"A RELÍQUIA", de Eça de Queirós (1 a 31 de Maio de 2007)

"CÂNDIDO", de Voltaire (1 a 30 de Junho de 2007)

"MOBY DICK", de Herman Melville (1 a 31 de Julho de 2007)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2007)

"PARAÍSO PERDIDO", de John Milton (1 a 30 de Setembro de 2007)

"AS FLORES DO MAL", de Charles Baudelaire (1 a 31 de Outubro de 2007)

"O NOME DA ROSA", de Umberto Eco (1 a 30 de Novembro de 2007)

POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE (1 a 31 de Dezembro de 2007)

"MERIDIANO DE SANGUE", de Cormac McCarthy (1 a 31 de Janeiro de 2008)

"METAMORFOSES", de Ovídio (1 a 29 de Fevereiro de 2008)

POESIA DE AL BERTO (1 a 31 de Março de 2008)

"O MANUAL DOS INQUISIDORES", de António Lobo Antunes (1 a 30 de Abril de 2008)

SERMÕES DE PADRE ANTÓNIO VIEIRA (1 a 31 de Maio de 2008)

"MAU TEMPO NO CANAL", de Vitorino Nemésio (1 a 30 de Junho de 2008)

"CHORA, TERRA BEM-AMADA", de Alan Paton (1 a 31 de Julho de 2008)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2008)

"MENSAGEM", de Fernando Pessoa (1 a 30 de Setembro de 2008)

"LAVOURA ARCAICA" e "UM COPO DE CÓLERA" de Raduan Nassar (1 a 31 de Outubro de 2008)

POESIA de Sophia de Mello Breyner Andresen (1 a 30 de Novembro de 2008)

"FOME", de Knut Hamsun (1 a 31 de Dezembro de 2008)

"DIÁRIO 1941-1943", de Etty Hillesum (1 a 31 de Janeiro de 2009)

"NA PATAGÓNIA", de Bruce Chatwin (1 a 28 de Fevereiro de 2009)

"O DEUS DAS MOSCAS", de William Golding (1 a 31 de Março de 2009)

"O CÉU É DOS VIOLENTOS", de Flannery O´Connor (1 a 15 de Abril de 2009)

"O NÓ DO PROBLEMA", de Graham Greene (16 a 30 de Abril de 2009)

"APARIÇÃO", de Vergílio Ferreira (1 a 31 de Maio de 2009)

"AS VINHAS DA IRA", de John Steinbeck (1 a 30 de Junho de 2009)

"DEBAIXO DO VULCÃO", de Malcolm Lowry (1 a 31 de Julho de 2009)

...leitura livre... de leitores amadores (1 a 31 de Agosto de 2009)

POEMAS E CONTOS, de Edgar Allan Poe (1 a 30 de Setembro de 2009)

"POR FAVOR, NÃO MATEM A COTOVIA", de Harper Lee (1 a 31 de Outubro de 2009)

"A ORIGEM DAS ESPÉCIES", de Charles Darwin (1 a 30 de Novembro de 2009)

Primeira Viagem Temática BLOOMSDAY 2004

Primeira Saí­da de Campo TORMES 2004

Primeira Tertúlia Casa de 3 2005

Segundo Aniversário LP

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